Química mineral do vulcano-plutonismo paleoproterozoico da região de São Félix do Xingu (PA), Cráton Amazônico

Autores

  • Raquel Souza da Cruz Universidade Federal do Pará - UFPA; Campus Universitário do Guamá; Instituto de Geociências
  • Carlos Marcello Dias Fernandes Universidade Federal do Pará - UFPA; Campus Universitário do Guamá; Instituto de Geociências
  • Caetano Juliani Universidade de São Paulo - USP; Instituto de Geociências
  • Bruno Lagler Universidade de São Paulo - USP; Instituto de Geociências
  • Carlos Mário Echeverri Misas Universidade de São Paulo - USP; Instituto de Geociências
  • Tatiane de Souza Nascimento Universidade Federal do Pará - UFPA; Campus Universitário de Marabá,; Faculdade de Geologia
  • Aguinaldo José Corrêa de Jesus Universidade Federal do Pará - UFPA; Campus Universitário de Marabá,; Faculdade de Geologia

DOI:

https://doi.org/10.5327/Z1519-874X201400010007

Resumo

As formações Sobreiro e Santa Rosa são resultado de intensas atividades vulcânicas paleoproterozoicas na região de São Félix do Xingu (PA), SE do Cráton Amazônico. A Formação Sobreiro é composta por rochas de fácies de fluxo de lava andesítica, com dacito e riodacito subordinados, além de rochas que compõem a fácies vulcanoclástica, caracterizadas por tufo, lapilli-tufo e brecha polimítica maciça. Essas rochas exibem fenocristais de clinopiroxênio, anfibólio e plagioclásio em uma matriz microlítica ou traquítica. O clinopiroxênio é classificado predominantemente como augita, com diopsídio subordinado, e apresenta caracterísiticas geoquímicas de minerais gerados em rochas de arco magmático. O anfibólio, representado pela magnesiohastingsita, foi formado sob condições oxidantes e apresenta texturas de desequilíbrio, como bordas de oxidação vinculadas à degaseificação por alívio de pressão. As rochas da Formação Santa Rosa foram extravasadas em grandes fissuras crustais de direção NE-SW, têm características de evolução polifásica e compõem uma fácies de fluxo de lava riolítica e riodacítica e uma fácies vulcanoclástica de ignimbritos, lapilli-tufos, tufos de cristais félsicos e brechas polimíticas maciças. Diques métricos e stocks de pórfiros graníticos e granitoides equigranulares completam essa suíte. Fenocristais de feldspato potássico, plagioclásio e quartzo dispersos em matriz de quartzo e feldspato potássico intercrescidos ocorrem nessas rochas. Por meio de análises químicas pontuais dos fenocristais em microssonda eletrônica, foram estimadas as condições de pressão e temperatura de sua formação, sendo que o clinopiroxênio das rochas intermediárias da Formação Sobreiro indica profundidade de formação variável entre 58 e 17,5 km (17,5 - 4,5 kbar), a temperaturas entre 1.294 e 1.082 ºC, enquanto o anfibólio cristalizou-se entre 28 e 15 km (7,8 - 4,1 kbar), o que sugere uma evolução polibárica. Assim, propõe-se um modelo de geração de magma basáltico hidratado com base na fusão parcial de cunha mantélica e no acúmulo na crosta inferior em uma zona quente, a partir da qual os magmas andesíticos e dacíticos são formados pela assimilação de crosta continental e cristalização fracionada.

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Publicado

2014-03-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Cruz, R. S. da, Fernandes, C. M. D., Juliani, C., Lagler, B., Misas, C. M. E., Nascimento, T. de S., & Jesus, A. J. C. de. (2014). Química mineral do vulcano-plutonismo paleoproterozoico da região de São Félix do Xingu (PA), Cráton Amazônico . Geologia USP. Série Científica, 14(1), 97-116. https://doi.org/10.5327/Z1519-874X201400010007