Geologia e gravimetria de rochas metaultramáficas e metacarbonatitos ediacaranos associados no Complexo Senador Elói de Souza, Província Borborema, NE do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v21-178414

Palavras-chave:

Piroxenito, Carbonatito, Geoquímica, Gravimetria, Maciço São José do Campestre

Resumo

O Maciço São José do Campestre, com cerca de 6.000 km2, corresponde a um dos fragmentos de crosta continental mais antigos da América do Sul, sendo constituído de ortognaisses, complexos máfico-ultramáficos e metassupracrustais com idades entre 3,41 e 2,70 Ga. O Complexo Senador Elói de Souza corresponde a uma dessas unidades, sendo composto de clinopiroxênio gnaisses, granada paragnaisses, com corpos ultramáficos e carbonatitos associados. Dados geocronológicos U-Pb em zircão sugerem uma idade de cristalização de 600 Ma para esses carbonatitos e piroxenitos. Feições de contato mostram brechas magmáticas, em que fragmentos decimétricos de piroxenito estão imersos em carbonatito de textura holocristalina. As ultramáficas apresentam textura ígnea bem preservada, predomínio de piroxênio cálcico, padrão pouco fracionado de elementos terras raras, com razões LaN/YbN de 1,5 – 8,6 e anomalia negativa de Eu (Eu/Eu* = 0,39 – 0,88). Os carbonatitos são ricos em calcita, tendo flogopita, olivina e diopsídio como fases máficas dominantes, baixas concentrações de elementos terras raras e razões LaN/YbN de 8,9 – 49,8. Modelagem gravimétrica 2D e controle de campo permitem interpretar corpos piroxeníticos elipsoidais de baixa profundidade e carbonatitos de menor expressividade no centro e bordas dos corpos ultramáficos. A integração de novos dados geológicos, geoquímicos e gravimétricos aportados nesta pesquisa mostra-se relevante para a compreensão de eventos ediacaranos no domínio arqueano do Maciço São José do Campestre.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

Abrahão Filho, E. A. (2016). Rochas piroxeníticas ricas em ferro do maciço São José do Campestre, Rio Grande do Norte, Brasil. Dissertação (Mestrado). Brasília: Instituto de Geociências – UnB. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/22068. Acesso em: 24 set 2021.

Abram, M. B., Bahiense, I. C., Porto, C. G., Brito, R. S. C. (2011). Projeto Fosfato Brasil Parte 1. Salvador: CPRM.

Almeida, F. F. M., Hasui, Y., Brito Neves, B. B., Fuck, R. A. (1981). Brazilian structural provinces: an introduction. Earth Science Reviews, 17(1-2), 1-29. https://doi.org/10.1016/0012-8252(81)90003-9

Andersson, M., Malehmir, A. (2017). Unravelling the internal architecture of the Alnö alkaline and carbonatite complex (central Sweden) using 3D models of gravity and magnetic data. Solid Earth Discuss. https://doi.org/10.5194/se-2017-3

Araújo, I. L., Moraes, R. A. V., Dantas, E. L., Vidotti, R. M., Fuck, R. A. (2014). Tectonic framework of the São José of Campestre Massif, Borborema Province, based on new aeromagnetic data. Revista Brasileira de Geofísica, 32(3), 445-463. https://doi.org/10.22564/rbgf.v32i3.502

Attoh, K., Nude, P. M. (2008). Tectonic significance of carbonatite and ultrahigh-pressure rocks in the Pan-African Dahomeyide suture zone, southeastern Ghana. Geological Society, 297, 217-231. https://doi.org/10.1144/SP297.10

Azer, M. K., Stern, R. J., Kimura, J. (2010). Origin of a late Neoproterozoic (605 +/- 13 Ma) intrusive carbonatealbite complex in Southern Sinai, Egypt. Journal of Earth Science, 99, 245-267. https://doi.org/10.1007/s00531-008-0385-1

Barbosa, E. S. R. (2009). Mineralogia e petrologia do complexo carbonatítico-foscorítico de Salite, MG. Tese (Doutorado). Brasília: Instituto de Geociências – UnB. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/10379. Acesso em: 24 set. 2021.

Barker, D. S. (1989). Field relations of carbonatites. In: K. Bell (ed.). Carbonatites: genesis and evolution. London: Unwin Hyman.

Boskabadi, A., Pitcairn, I. K., Stern, R. J., Azer, M. K., Broman, C., Mohamed, F. H., Majka, J. (2013). Carbonatite crystallization and alteration in the Tarr carbonatite–albitite complex, Sinai Peninsula, Egypt. Precambrian Research, 239, 24-41. https://doi.org/10.1016/j.precamres.2013.09.001

Brito Neves, B. B., Santos, E. J., Van-Schmus, W. R. (2000). Tectonic history of the Borborema Province, Northeastern Brazil. In: U. Cordani, E. J. Milani, A. Thomaz Filho, D. A. Campos (Eds.). Tectonic evolution of South America. Rio de Janeiro: 31st International Geological Congress.

Caby, R. (1989). Precambrian terranes of Benin-Nigeria and Northeast Brazil and the late Proterozoic south Atlantic fit. In: R. D. Dallmeyer (Ed.), Terranes in the circum-Atlantic Paleozoic orogens, v. 230, p. 145-158. Geological Society of America Special Papers. https://doi.org/10.1130/SPE230-p145

Caby, R., Sial, A. N., Arthaud, M., Vauchez, A. (1991). Crustal evolution and the Brasiliano Orogeny in Northeast Brazil. In: R. D. Dallmeyer, J. P. Lécorché (Eds.), The West African Orogens and Circum-Atlantic Correlatives, p. 373-397. Berlin: Springer-Verlag. https://doi.org/10.1007/978-3-642-84153-8_16

Cooper, G. R. J. (2003). GRAV2dc para Microsoft Windows (versão 2.06). Johannesburg: Departamento de Geofísica, Universidade de Witwatersrand. Disponível em: https://grav2d.software.informer.com/2.1/. Acesso em: 20 out. 2010.

Cunha, J. A. P. (2015). Caracterização geológica e petrográfica de sovitos de uma área a NW de São José do Campestre, RN. Monografia (Graduação). Natal: Departamento de Geologia – UFRN.

Damasceno, G. C. (2017). Geologia, mineração e meio ambiente. Cruz das Almas: UFRB, 64 p. Disponível em: https://www2.ufrb.edu.br/ead/images/imagensACESSE/Geologia_Minera%C3%A7%C3%A3o_e_Meio_Ambiente.pdf. Acesso em: 9 set. 2021.

Dantas, E. L., Souza, Z. S., Wernick, E., Hackspacher, P. C., Martin, H., Xiaodong, D., Li, J. (2013). Crustal growth in the 3.4-2,7 Ga São José do Campestre Massif, Borborema Province, NE do Brazil. Precambrian Research, 227, 120-156. https://doi.org/10.1016/j.precamres.2012.08.006

Dantas, E. L., Van Schmus, W. R., Hackspacher, P. C., Fetter, A. H., Brito Neves, B. B., Cordani, U. G., Nutman, A. P., Willyams, I. S. (2004). The 3.4-3.5 Ga São José do Campestre massif, NE Brazil: remnants of the oldest crust in South America. Precambrian Research, 130(1-4), 113-137. https://doi.org/10.1016/j.precamres.2003.11.002

Deer, W. A., Howie, R. A., Zussman, J. (2013). An introduction to rock-forming minerals. Essex: Longman.

Ferreira, A. C. D. (2015). Intrusões máficas-ultramáficas do domínio Rio Grande do Norte, província Borborema: ambiente tectônico e potencial para depósitos magmáticos. Dissertação (Mestrado). Brasília: Instituto de Geociências – UnB. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/19805. Acesso em: 24 set. 2021.

Figueiredo, B. S. (2012). Geoquímica e gênese das formações ferríferas e metacarbonatos da porção sul do Maciço São José do Campestre, Província Borborema. Dissertação (Mestrado). Brasília: Instituto de Geociências – UnB. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/12332. Acesso em: 24 set. 2021.

Gill, R. (2014). Rochas e processos ígneos: um guia prático. Chichester: Bookman.

Gomide, C. S. (2015). Geoquímica e química mineral de carbonatítos e isótopos estáveis em carbonatítos da provincial ígnea do Alto Paranaíba. Tese (Doutorado). Brasília: Instituto de Geociências – UnB. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/20104. Acesso em: 24 set. 2021.

Grasso, C. B. (2010). Petrologia do complexo alcalinocarbonatítico de Serra Negra, MG. Tese (Doutorado). Brasília: Instituto de Geociências – UnB. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/8446. Acesso em: 24 set. 2021.

Irvine, T. N., Baragar, W. R. A. (1971). A guide to the chemical classification of the common volcanic rocks. Canadian Journal Earth Sciences, 8(5), 523-548. https://doi.org/10.1139/e71-055

Jesus, B. A. (2011). Rochas Máficas e Ultramáficas do Complexo Riacho Da Telha, Maciço São José Do Campestre, Província Borborema, NE Do Brasil. Dissertação (Mestrado). Brasília: Instituto de Geociências – UnB. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/9364. Acesso em: 24 set. 2021.

Lapin, A. V., Ploshko, V. V. (1988). Rock-association and morphological types of carbonatite and their geotectonic environments. International Geology Review, 30(4), 390-396, https://doi.org/10.1080/00206818809466019

Le Bas, M. J. (1981). Carbonatite magmas. Mineralogical Magazine, 44(334), 133-140. https://doi.org/10.1180/minmag.1981.044.334.02

Le Maitre, R. W. (2002). Igneous rocks: a classification and glossary of terms recommendations of the internetion union of Geological Sciences, Subcommission on the Systematics of Igneous Rocks. Cambridge: Cambridge University Press. https://doi.org/10.1017/CBO9780511535581

Le Maitre, R. W., Bateman, P., Dudek, A., Keller, J., Lameyre, J., Le Bas, M. J., Sabine, P. A., Schmid, R., Sorensen, H., Streckeisen, A., Wooley, A. R., Zanettin, B. (1989). A classification of igneos rocks and glossary of terms. Reino Unido: Blackwell Scientific, IUGS.

Moazzen, M., Oberhansli, R., Hajialioghli, R. M., Bousquet, R., Droop, G., Jahangiri, A. (2009). Peak and post-peak PT conditions and fluid composition for scapolite-clinopyroxenegarnet calc-silicate rocks from the Takab area, NW Iran. European Journal of Mineralogy, 21(1), 149-162. https://doi.org/10.1127/0935-1221/2009/0021-1919

Morimoto, N., Fabries, J. A., Ferguson, A. K., Ginzburg, I. V., Ross, M., Seifert, F. A., Zussman, J., Aoki, K., Gottardi, G. (1988). Nomenclature of pyroxenes. Mineralogical Magazine, 52(367), 535-550. https://doi.org/10.1180/minmag.1988.052.367.15

Samoilov, V. S. (1991). The main geochemical features of carbonatites. Journal of Geochemical Exploration, 40(1-3), 251-262. https://doi.org/10.1016/0375-6742(91)90041-R

Silva, M. S. M. (2017). Mapeamento geológico da área de Tangará a Sítio Novo (RN) com ênfase na porção SW do Núcleo Arqueano São José do Campestre, NE do Brasil. Monografia (Graduação). Natal: Departamento de Geologia – UFRN.

Souza, A. L. O. (2018). Caracterização geológica de rochas carbonáticas no núcleo arqueano, São José do Campestre (RN), NE do Brasil. Monografia (Graduação). Natal: Departamento de Geologia – UFRN.

Souza, Z. S., Kalsbeek, F., Deng, X, Frei, R., Kokfelt, T. F., Dantas, E. L., Li, J., Pimentel, M. M., Galindo, A. C. (2016). Generation of continental crust in the northern part of the Borborema Province, northeastern Brazil, from Archaean to Neoproterozoic. Journal of South American Earth Sciences, 68, 68-96. https://doi.org/10.1016/j.jsames.2015.10.006

Souza, Z. S., Oliveira, E. P., Vilalva, F. C. J. (2018). Idades U-Pb ediacaranas de carbonatitos do Núcleo Arqueano São José do Campestre/RN, NE do Brasil; implicações geodinâmicas. XLIX Congresso Brasileiro de Geologia. Rio de Janeiro: SBG.

Speer, J. A. (1984). Micas in igneous rocks. In: S. W. Bailey (Ed.). Reviews in Mineralogy, v. 13, p. 299-356. Blacksburg: Mineralogical Society of America.

Sun, S. S., McDonough, W. F. (1989). Chemical and isotope systematics of oceanic basalts: implications for mantle composition and processes. In: A. D. Saunders, M. J. Norry (Eds.). Magmatism in the ocean basins, 42(1), 313-345. Special Publication. Londres: Geological Society of London. https://doi.org/10.1144/GSL.SP.1989.042.01.19

Talwani, M., Worzel, J. M., Landisman, M. (1959). Rapid gravity computations for two-dimensional bodies with application to the Mendocino Submarine Fracture Zone. Journal of Geophysical Research, 64(1), 49-59. https://doi.org/10.1029/JZ064i001p00049

Teertstra, D. K., Schindler, M., Sherriff, B. L., Hawthorne, F. C. (1999). Silvialite, a new sulfate-dominant member of the scapolite group with an Al-Si composition near the I4/m-P42/n phase transition. Mineralogical Magazine, 63(3), 321-329. https://doi.org/10.1180/002646199548547

Teixeira, F. B. (2012). Geologia e petrografia de complexos carbonatíticos intrusivos no Maciço São José do Campestre, Nordeste do Brasil. Monografia (Graduação). Natal: Departamento de Geologia – UFRN.

Theodoro, S. M. C. H., Leonardos, O. H., Rocha, E. L., Rego, K. G. (2006). Experiências de uso de rochas silicáticas como fonte de nutrientes. Espaço & Geografia, 9(2), 263-292. Disponível em: https://repositorio.unb.br/handle/10482/20882. Acesso em: 1º nov. 2020.

van Straaten, P. (2002). Rocks for Crops: Agrominerals of sub-Saharan Africa. Nairóbi: ICRAF. Disponível em: http://apps.worldagroforestry.org/Units/Library/Books/PDFs/11_Rocks_for_crops.pdf. Acesso em: 1º nov. 2020.

Viegas, M. C. (2007). Síntese geológica do leste do Rio Grande do Norte na escala 1:250.000. Monografia (Graduação). Natal: Departamento de Geologia – UFRN.

Woolley, A. R., Kempe, D. R. C. (1989). Carbonatites: nomenclature, average chemical composition, and elemete distribution. In: K. Bell (Ed.). Carbonatites: genesis and evolution, p. 1-14. Londres: Unwin Hyman.

Woolley, A. R., Kjarsgaard, B. A. (2009). Carbonatite occurrences of the world: Map and Database. Journal of Petrology, 50(1), 195-196. https://doi.org/10.1093/petrology/egn080

Downloads

Publicado

2021-12-13

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Silva, M. S. de M. ., Souza, Z. S. de ., Santana, F. L. de ., & Cunha, J. A. P. da . (2021). Geologia e gravimetria de rochas metaultramáficas e metacarbonatitos ediacaranos associados no Complexo Senador Elói de Souza, Província Borborema, NE do Brasil. Geologia USP. Série Científica, 21(4), 49-71. https://doi.org/10.11606/issn.2316-9095.v21-178414

Dados de financiamento