O aprendizado da violência: o Amigo, o Idiota e o Mestre-Escola no plano de Deleuze e Guattari

Autores

  • Eraldo Souza dos Santos Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2013.106250

Palavras-chave:

violência – aprendizado – imagem do pensamento – Idiota – Mestre-Escola

Resumo

O presente ensaio busca reunir materiais para dar conta da seguinte questão: por que a figura do aprendizado violento é tão recorrente na exposição deleuziana do conceito de filosofia e de imagem do pensamento? Para tanto, analisaremos fundamentalmente dois textos do autor: Proust e os signos (1964) e O que é a filosofia? (1991), esse segundo escrito em parceria com Félix Guattari. No “plano de imanência” de “Deleuze-Guattari”, violência, aprendizado e pensamento são conceitos inseparáveis, fundamentais para empreender uma crítica à filosofia tradicional e para construir uma nova imagem do pensamento. A escolha por “personagens conceituais” como o Mestre-Escola e o Amigo da sabedoria (“personagens antipáticos”) e como o Idiota, o Amante, o Artista e o Amigo-Rival (“simpáticos”) resulta na criação-construção de um plano de imanência sobre o qual a filosofia só pode ser pensada como trabalho da violência, jamais como simples resultado da boa vontade do pensador.

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Biografia do Autor

  • Eraldo Souza dos Santos, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Graduado em Filosofia pela FFLCH – Universidade de São Paulo.

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Publicado

2013-11-23

Edição

Seção

Academia

Como Citar

O aprendizado da violência: o Amigo, o Idiota e o Mestre-Escola no plano de Deleuze e Guattari. (2013). Humanidades Em diálogo, 5, 215-230. https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2013.106250