Funes, o Memorioso: as distorções da memória e a importância do esquecimento

Autores

  • Giovanna Rocha Delela Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2022.192238

Palavras-chave:

Funes, O Memorioso, Jorge Luis Borges, Memória E Esquecimento

Resumo

Este artigo analisa o conto Funes, o Memorioso, publicado em 1944 por Jorge Luis Borges (1899-1986), e enfoca a temática da memória e do esquecimento. Nosso objetivo é analisar a memória do personagem Irineu Funes, questionando sua adequação às características básicas da memória humana. Primeiramente, retoma-se as interpretações e reflexões antes feitas sobre o conto, no que tange à temática da memória. Em seguida, será feita uma reflexão sobre as características da memória humana e o importante papel cumprido pelas suas distorções e pelo esquecimento. Por fim, será feita uma equiparação entre a memória humana e a memória de Irineu Funes, concluindo-se que são essencialmente distintas, e que a memória de Funes mais se assemelha a um meio de registro: armazena tudo sem seleção. Uma vez que Funes é privado daquilo que o constitui como ser humano, o resultado é a sua desumanização.

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Biografia do Autor

  • Giovanna Rocha Delela, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    É graduada em História pela Universidade de São Paulo (USP), SP, Brasil.

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Publicado

2023-04-20

Edição

Seção

Academia

Como Citar

Delela, G. R. (2023). Funes, o Memorioso: as distorções da memória e a importância do esquecimento. Humanidades Em diálogo, 12, 82-88. https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2022.192238