O Movimento Escola Sem Partido: ascensão e discurso

Autores

  • Lorena Ismael Fernandes Universidade Federal do ABC
  • Camila Alves Ferreira Universidade Federal do ABC

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2021.159234

Palavras-chave:

Escola Sem Partido, Discurso, Esfera Pública, Esfera Privada

Resumo

Criado em 2004, o Escola Sem Partido ganhou notoriedade política no ano de 2014 por um projeto de lei federal. Os defensores do movimento atuam, principalmente, por meio da associação informal de pais, estudantes e professores que estão preocupados com a “contaminação” político-ideológica nas escolas. O presente estudo busca identificar as bases de atuação e os elementos teóricos que caracterizam o Escola Sem Partido para, assim, verificar como o discurso do movimento é efetivado no seu engajamento virtual. Com a apresentação teórica e uma breve análise de publicações e comentários de usuários no Facebook em sua página oficial, entende-se que há uma desqualificação do papel da escola e do educador, promovendo uma centralidade da figura familiar e desestimulando a pluralidade de ideias e de concepções pedagógicas — princípios promulgados pela Constituição Federal em 1988.

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Biografia do Autor

  • Lorena Ismael Fernandes, Universidade Federal do ABC

    Graduada em Ciências e Humanidades e graduanda em Políticas Públicas e Relações Internacionais pela Universidade Federal do ABC.

  • Camila Alves Ferreira, Universidade Federal do ABC

    Graduanda em Ciências e Humanidades, Políticas Públicas e Relações Internacionais pela Universidade Federal do ABC.

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Publicado

2021-04-14

Edição

Seção

Academia

Como Citar

O Movimento Escola Sem Partido: ascensão e discurso. (2021). Humanidades Em diálogo, 10, 194-209. https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2021.159234