Deus perdoaria os artistas, mas o Estado, não: uma análise das “armadilhas da narrativa” na tensão político-jurídica entre artes e religião

Autores

  • Alice Calixto Gonçalves Fundação Getulio Vargas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2022.176622

Palavras-chave:

Artes, Discordância, Liberdades, Religião

Resumo

Ao longo do presente artigo, busca-se compreender quais os termos de discordância na tensão jurídica-política entre artes e religião. Em um primeiro momento, analisa-se o paradigma prático; de que forma expressões como “teor pornográfico” e “vilipêndio a símbolos religiosos” são utilizadas no ordenamento jurídico brasileiro como ferramentas para repreender manifestações artísticas no país. Em um segundo momento, questionam- se quais os parâmetros teóricos para esse debate. O texto legislativo e, consequentemente, os discursos relativos à relação entre artes e religião são construídos sob determinadas molduras narrativas. Assim, constatou-se que, para alcançar um debate produtivo, é necessário identificar os termos do desentendimento do debate e analisá-los a partir de três níveis de discordância.

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Publicado

2022-04-27

Edição

Seção

Academia

Como Citar

Deus perdoaria os artistas, mas o Estado, não: uma análise das “armadilhas da narrativa” na tensão político-jurídica entre artes e religião. (2022). Humanidades Em diálogo, 11, 134-145. https://doi.org/10.11606/issn.1982-7547.hd.2022.176622