Os deslocamentos entre o imaginário do trabalho e do lazer na poesia de Chico Buarque de Hollanda. O lado contrário da vida, o lado contrário da dor

Autores

  • Eloiza da Silva Gomes de Oliveira Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
  • Jonaedson Carino Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1981-1616.v12i13p171-190

Palavras-chave:

Representações sociais, Imaginário social, Trabalho, Lazer

Resumo

Este artigo busca fazer um “recorte” do imaginário trabalho-lazer na nossa cultura. No mundo do trabalho, locus de profundas transformações nas últimas décadas, trabalho e lazer confluem e se opõem, mostrando ricos aspectos de deslocamento, no sentido psicanalítico do termo. Aplicamos a metodologia de análise discursiva categorial por redundância temática à música “Bom Tempo”, de Chico Buarque de Hollanda, detalhando suas relações com a dimensão simbólico- imaginária. Observamos que nesta poesia, como no restante da obra do autor, as categorias tempo, lugar e repetitividade são encontradas. O referencial teórico que dá suporte à pesquisa inclui, entre outros, Maffesoli, Durand, Castoriadis, Barbier, Vernant, Freud e Lacan. Ficaram evidentes a riqueza contida no imaginário mito-poético da música popular e a importância da abordagem do lazer sob esse ponto de vista e as interpretações da dinâmica tensional contidas no par “ócio/neg-ócio” (lazer) e a manipulação física do trabalhador, de seu tempo, de seu corpo. O poeta, ao enaltecer o lazer, ao acusar a busca do “Bom Tempo”, permitenos olhar por seus olhos a construção e a manipulação da dimensão simbólico-imaginária. Guardemos, firmemente, espaço para a esperança, permitamo-nos imaginar que “vem aí bom tempo”.

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Publicado

2006-12-01

Edição

Seção

nao definida