A Taxonomia de Bloom como estratégia de aprimoramento aos livros didáticos para o ensino crítico de LE (italiano)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-8281.i44p38-51

Palavras-chave:

Livro didático, Taxonomia de Bloom, Ensino de LE, Ensino crítico

Resumo

Costumeiramente, os livros didáticos são materiais pedagógicos postos como elementares no ensino/aprendizagem de línguas estrangeiras (LE). Entretanto, na abordagem comunicativa, tais materiais acabam sendo criticados por não auxiliarem integralmente os professores/alunos a alcançarem o objetivo primeiro, que é desenvolver as quatro habilidades na LE. Sem alcançar essas quatro habilidades, torna-se ainda mais difícil que o professor consiga desenvolver alunos críticos, capazes de analisar, avaliar situações e efetivamente agir na LE. O seguinte trabalho visa a apresentar análise de dois livros de italiano como língua estrangeira: Al Dente 1 (2017) e Arrivederci 1 (2011), fundamentada na Taxonomia de Bloom Revisada (FERRAZ e BELHOT, 2010), que procura classificar, ordenar e categorizar hierarquicamente os objetivos de aprendizagem de acordo com os níveis de complexidade cognitiva desejados e planejados nas atividades propostas em sala de aula (MENDES, 2019). A observação desses resultados permitiu concluir que, embora os livros se apresentem como materiais que ajudam no desenvolvimento das quatro habilidades, a maior parte das atividades parece apontar para o desenvolvimento das habilidades de compreensão, pois os comandos dados aos alunos estão, principalmente, nas duas primeiras categorias propostas por Bloom: Lembrar e Entender. É a partir dessa análise, que surge uma proposta de aprimoramento aos livros didáticos em que os demais objetivos cognitivos da Taxonomia sejam amplamente trabalhados, ajudando os alunos a desenvolver a capacidade de analisar as situações comunicativas criticamente.

Biografia do Autor

  • Ana Paula Miranda Mendes, Universidade Federal do Paraná

    Ana Paula Miranda Mendes é mestranda no Programa de Pós Graduação em Letras da Universidade Federal do Paraná e possui dupla licenciatura em Letras Português e Italiano pela mesma universidade. Estuda principalmente ensino e aprendizagem de línguas. 

  • Paula Garcia de Freitas, Universidade Federal do Paraná

    Paula Garcia de Freitas é Doutora em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina e professora do curso de Letras - Português e Italiano da Universidade Federal do Paraná, bem como do Programa de Pós Graduação da mesma universidade. Atua principalmente na formação de professores de línguas e ensino e aprendizagem (de línguas).

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Publicado

2022-12-31

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

Mendes, A. P. M. ., & Freitas, P. G. de. (2022). A Taxonomia de Bloom como estratégia de aprimoramento aos livros didáticos para o ensino crítico de LE (italiano). Revista De Italianística, 44, 38-51. https://doi.org/10.11606/issn.2238-8281.i44p38-51