Impacto do tipo de parto sobre a mobilidade Toracoabdominal de recém-nascidos

Autores

  • Valéria Lidyanne Silva Gomes Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi, Santa Cruz, RN
  • Pedro Henrique Silva de Farias Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Setor de E-Saúde, Hospital Universitário Ana Bezerra, Santa Cruz, RN
  • Danilo Alves Pinto Nagem Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Bioengenharia, Natal, RN
  • Danielle Cristina Gomes Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Santa Cruz, RN
  • Glauco Francisco de Araújo Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Setor de E-Saúde, Hospital Universitário Ana Bezerra, Santa Cruz, RN
  • Cristiane Aparecida Moran Universidade Federal de Santa Catarina, Curso de Fisioterapia, Campus Araranguá, SC
  • Simone Nascimento Santos Ribeiro Hospital Sofia Feldman, Seção de Fisioterapia , Belo Horizonte-MG
  • Silvana Alves Pereira Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação, Santa Cruz, RN

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.127865

Palavras-chave:

mecânica respiratória, fotogrametria, recém-nascido, trabalho de parto.

Resumo

Introdução: Nos recém-nascidos de parto cesáreo, ocorre menor compressão torácica e pouca quantidade de líquido é drenada por ação da gravidade, o que diminui, transitoriamente, a mobilidade toracoabdominal.

Objetivo: O objetivo do estudo é avaliar o impacto do tipo de parto na mobilidade torácica e abdominal em recém-nascidos.

Método: Trata-se de um estudo transversal com recém-nascidos de idade gestacional entre 37 a 41 semanas, de ambos os sexos, com até 72 horas de vida, respirando em ar ambiente e nascidos de parto normal ou parto cesáreo. A mobilidade torácica e abdominal foram avaliadas pela videogrametria por meio do Software MATLAB e considerada, em unidades métricas (cm2), como a diferença da maior e menor expansibilidade toracoabdominal para cada ciclo respiratório.

Resultados: Foram inclusos 26 recém-nascidos 11 do sexo masculino e 50% nascidos de parto cesáreo. A idade gestacional média foi de 39 ± 0,9 sem e tinham 28 ± 18 horas de vida. A mobilidade, diferença entre a maior e menor expansibilidade, da área torácica no parto vaginal e cesáreo foi 6 ± 3 cm2 e 7 ± 5 cm2 e da área abdominal foi de 29±22 cm2 e 21± 14 cm2, respectivamente. Esta diferença não foi estatisticamente significante entre os dois tipos de parto para a área torácica, mas mostrou-se diferente estatisticamente para a área abdominal (p = 0,01). E para os recém-nascidos de parto cesáreo, quanto maior a frequência respiratória, menor a mobilidade abdominal (r= -0,57; p = 0,02).

Conclusão: Os dados indicam que o tipo de parto parece influenciar a mobilidade abdominal e a frequência respiratória. Na amostra estudada os recém-nascidos de parto cesáreo apresentaram menor mobilidade abdominal.

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Publicado

2018-06-26

Edição

Seção

Artigos Originais