Modo de vida de crianças “sem casa” “sedentárias”: suas casas, suas famílias, suas vidas
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.38128Palavras-chave:
crianças sem casa, contexto desenvolvimental, modo de vida infantil, família “sem casa”, casas dos “sem casa”.Resumo
Este estudo objetiva descrever algumas condições do modo de vida infantil de um agrupamento “sedentário” de 20 famílias cujas “casas” estavam localizadas sob um viaduto da cidade de São Paulo, visando compreender os mecanismos mediadores entre este modo de vida e aspectos do desenvolvimento infantil. Este modo de vida é intermediário entre crianças “de rua”, desde que elas têm “casas” e famílias, e “favelados”, dado o caráter temporário destas moradias. Vários recursos metodológicos foram utilizados para realizar esta tarefa, incluindo a observação direta dos arranjos espaciais das casas, observações das atividades infantis dentro e fora da casa e anamnese infantil. Algumas características do contexto desenvolvimental destas crianças foram: contexto favorecendo não apenas o apego mãe-criança como outras relações múltiplas e simultaneas; forte influência do grupo de coetaneos; autonomia percebida como “ameaçadora” pelas mães embora as crianças estivessem “na rua”; espaço pessoal coletivo ou “um sentido do self” que incorpora outras pessoas «IRONICK, 1992): tempo ^policrônico (HALL, 1983); falta ou dificuldade de manter os cuidados sanitários favorecendo morbidade; diferenciação precoce entre crianças “bem” e ~ mal’ desenvolvidas dada a falta de suporte social aos pais; escolaridade ausente ou atrasada; falta de estabilização social refletida na criança como instabilidade comportamental, sentimentos de desenraizamento e dificuldade de projetar o futuro.Referências
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