Risco gravídico e risco perinatal: implicações metodológicas, teóricas e técnicas, das propostas de mensuração

Autores

  • Augusta Thereza de Alvarenga

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.38139

Palavras-chave:

gestação de alto risco, risco perinatal, baixo peso ao nascer, prematuridade, retardo de crescimento intra-uterino, morbimortalidade perinatal, mensuração de risco gravídico.

Resumo

O presente trabalho versa sobre as relações existentes entre os conceitos de risco gravídico e risco perinatal amplamente empregados quer no campo da Medicina, especialmente na área da Obstetrícia, quer da Saúde Materno-Infantil, entendida como área pertencente ao campo da Saúde Pública ou Coletiva. A autora procura retraçar a emergência do emprego do conceito de risco gravídico no contexto dos processos de recomposição da prática médica, especialmente em relação ao movimento denominado de Medicina Comunitária, ocorrido nos anos 60 nos Estados Unidos da América do Norte,  caracterizando, a partir daí, a forma típica assumida pelas propostas de mensuração dos níveis de risco gravídico, conhecidas como “Sistemas de Escore” Aponta um conjunto de questões de natureza metodológica - teórica e técnica - presentes nessas propostas de mensuração que colocam, ao campo da Perinatologia, desafios não somente do ponto de vista do conhecimento gerado, mas também das propostas de intervenção que tal instrumental encerra. Pela importância do risco gravídico e do risco perinatal como objetos de preocupa,cão da área Materno-Infantil a autora conclui pela relevância de um investimento intelectual, sobretudo da área da Perinatologia - que representa uma interface entre Obstetrícia e Pediatria - em novos instrumentais metodológicos capazes de tratar tais objetos não de forma redutora, mas “holística” e multidisciplinar.

Biografia do Autor

  • Augusta Thereza de Alvarenga
    Socióloga, Sanitarista, Doutora em Saúde Pública. Prof. Dr. do Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Referências

Alvarenga AT. O conceito de risco na área materno-infantil: considerações teóricas, metodológicas e de aplicação. São Paulo,1984. [Tese de Doutorado - Faculdade de Saúde Pública da USP].

Apostolakis G. Accident analysis: probability and risk assessment: the subjetivistic view point and some suggestions. Nud. Saf., 19(3): 305-15, 1978.

Areno PB. Contribuição ao estudo da antropometria do recém nascido. São Paulo,1984. [Dissertação de Mestrado – Faculdade de Saúde Pública da USP].

Arouca ASS. O dilema preventivista. Contribuição para a compreensão e critica da medicina preventiva. Campinas, 1975. [Tese de Doutoramento - Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas].

Backett EM. et al. The risk approach in health care: with special reference to maternal and child health including family planning. Geneva. World Health Organization, 1984.

Black M. Probability. In: Edwards R et al. The enciclopaedia of philosophy. New York, Macmillan, 1972, v. 5, p. 464-79.

Breilh J, Granda E. Investigacién de lasalud en la sociedad: guia pedagogico sobreun nuevo enfoque dei método epidemiológico.Quito, Ed. CEAS, 1980.

Clifford DSH. High risk pregnancy. Prevention of prematurity the sine qua non for eduction in mental retardation and other neurologic disords. New Engl J. Med., 27(5):243-49, 1964.

Donnangelo MCF, Pereira L. Saúde e Sociedade. São Paulo, Ed. Duas Cidades,1976.

Fortney J.A, Whitehorne EW. The development of an index of high risk pregnancy. Amer. J. Obstet. Gynec., 143(5):501-8, 1982.

Laurell AC. A saúde-doença como processo social. In: Nunes ED. (org.) Medicina Social: aspectos históricos e teóricos. São Paulo, Ed. Global, 1983, p. 133-58.

Lesinski JS. High-risk pregnancy. Un resolved problems of screening, management, and prognosis. Obstet. Gynec., 46(5): 599-603,1975.

Lubchenco LO. et al. Intrauterine growt has estimated from live born birth-weight data at 24 to 42 weeks of gestation. Pediatrics, 32:793-800, 1963.

Plaut R. Analisis de riesgo, alcance y limitaciones para ei administrador de salud. Bol Of: Sanit. Panarner., 96: 296-304, 1984.

Ramos R. A integração sanitária: doutrina e prática. São Paulo, 1972. [Tese de Livre Docência - Faculdade de Saúde Pública da USP].

Roberts HV. inferência bayesiana. In: Enciclopedia Internacional de las Ciências Sociales. Madrid, Aguilar, 1974, v.5, p.781 -5.

Schwarcz R. et al. Principales causas perinatales de la mortalidad feto-neonatales yde las secuelas invalidantes en el nino , em paises latinoamericanos: algunas estrategiasy acciones para contribuir a su abatimiento. In: Feschina RH. Tecnologias perinatales: fundarnientos, desarollo y evaluación. Montevidéo, CLAP/OPAS, 1987, p. 8-21.

Siqueira AAE. Indicadores de risco de peso inadequado ao nascer. São Paulo, 1981. Tese de Livre-Docência - Faculdade de Saúde Pública da USP].

Spiers RS, Wacholder S. Association between rates of premature delivery and intra-uterine growth retardation. Dev. Med Child Neurol., 24: 808-16, 1982.

Starfield B. et al. Mortality and morbidity in infants with intrauterine growth retardation. J. Pediat., 10I: 978-83, 1982.

World Health Organization Risk approach for maternal and child health care. Geneva: WHO; 1978.

Downloads

Publicado

1994-12-19

Edição

Seção

Opinião/Atualização