A adolescência como um constructo social
DOI:
https://doi.org/10.7322/jhgd.38391Palavras-chave:
adolescência, adolescente.Resumo
Na atualidade, questões ligadas à saúde dos adolescentes têm sido predominantemente interpretadas segundo o paradigma biomédico, que toma a adolescência um fenómeno natural, universal. Tal visão unívoca e a-histórica enfatiza o caráter teleológico do desenvolvimento hu nano, em que a adolescência não é mais que uma etapa de transição em direção à idade adulta, daí que privilegie o critério cronológico como seu principal demarcador. Advoga- se a sua compreensão como um constructo social, produto da Revolução Indushial, que adquire visibilidade ao final do século XIX, na esteira do movimento de proteção à maternidade e à infancia iniciados no século anterior. Admitir o caráter histórico-social do objeto adolescência implica pensá-la como um conceito necessariamente plural e em permanente evolução, atravessado por categorias como classe social, religião, raça e género, de tal forma que o adolescente genérico não seria mais que uma metáfora, um instrumento de inteligibilidade. O deslocamento da ênfase do substrato biológico para os múltiplos processos de sua construção, histórica, cultural e socialmente determinados, operaria a necessária subordinação da dimensão natural à dimensão histórica.Downloads
Referências
Aberastury A, Knobel M. A adolescência normal. Porto Alegre, Artes Médicas, 1981.
Aries P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro, Guanabara-Koogan, 1981.
Ayres JRCM. Adolescência e saúde coletiva: aspectos epistemológicos da abordagem programática. In: Schraiber LB. (org.).Programação em saúde hoje. São Paulo, Hucitec, 1990. Cap.4: p. 139-82.
Ayres JRCM. Ação programática e renovação das práticas médico-sanitárias: saúde e emancipação na adolescência. Saúde Deb. 42:54-8, 1994.
Ayres JRCM, França Junior I. Saúde do adolescente. In: Schraiber LB. et al. (org.). Saúde do Adulto: programas e ações na unidade Básica. São Paulo, Hucitec,1996. p. 66-85.
Castro MC. Alquimia de categorias sociais na produção dos sujeitos políticos. Estudos Feminiistas, 0/92: 57-73, 1992.
Cavalcanti RC. Adolescência. In: Vitello N. et al. Adolescência hoje. São Paulo, Roca, 1988. p. 5-27.
Crespin J. Trinta e cinco anos de medicina do adolescente no Brasil: o que mudou? Bol. Assoc. Bras. Adoiescência, 16: (4), 1996.
Louro GL. Nas redes do conceito de gênero. In: Lopes MJ. et al. Gênero e saúde. Porto Alegre, Artes Médicas, 1996. p.7- 18.
Monroy A. Pubertad, adolescencia y cultur ajuvenil. In: Maddaleno M. et al. La salud del adolescente e del joven. Washington, Organizació Panamericana de la Salud, 1995.p. 27-35.
Noshpitz JD. El desarrollo psicosocial deladolescente. In: Maddaleno M. et al. La salud do adolescente e del joven. Washington, Organizació Panamericana de la Salud. 1995.p. 95-111.
Peres F. Adolescência: em busca dos sujeitos sociais São Paulo, 1995. [Tese de Doutorado -Faculdade d Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Rakoff VM. Una interpretación psicohistórica del adolescente. In: Maddaleno M. et al. La salud, del adolescente e del joven. Washington Organización Panamericana de la Salud,1995, p. 57-64.
Reis AOA. O discurso da saúde pública sobre adolescente grávida: avatares. São Paulo, 1997 [Tese de Doutorado - Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo].
Rocha SMM. O processo de trabalho em saúde e enfermagem pediátrica: socialidade e historicidade do conhecimento. Ribeirão Preto, 1990. [Tese d Livre-Docência - Escola de Enfermagem de Ribei rão Preto da Universidade de São Paulo].
Rocha SMM. A criança na sociedade brasileira educar, prevenir, cuidar. In: Congresso Paulista de Enfermagem Pediátrica, l, São Paulo, 1995. Anais São Paulo, 1995. p.3-7.
Rojas DS. Adolescência, cultura y salud. In: Maddaleno M. et al. La salud del adolescente e del joven. Washington, Organización Panamericana de la Salud, 1995, p. 15-26.
Rosen G. Uma história da saúde pública. São Paulo/Rio de Janeiro, Hucitec-UNESP-ABRASCO, 1994.
Silber TJ. Medicina de la adolescência: su historia, crescimiento y evolución. In: Maddaleno M. et al. La salud dei adolescente e dei jovem Washington, Organización Panamericana de la Salud,1995. p. 65-9.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
CODE OF CONDUCT FOR JOURNAL PUBLISHERS
Publishers who are Committee on Publication Ethics members and who support COPE membership for journal editors should:
- Follow this code, and encourage the editors they work with to follow the COPE Code of Conduct for Journal Edi- tors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf)
- Ensure the editors and journals they work with are aware of what their membership of COPE provides and en- tails
- Provide reasonable practical support to editors so that they can follow the COPE Code of Conduct for Journal Editors (http://publicationethics.org/files/u2/New_Code.pdf_)
Publishers should:
- Define the relationship between publisher, editor and other parties in a contract
- Respect privacy (for example, for research participants, for authors, for peer reviewers)
- Protect intellectual property and copyright
- Foster editorial independence
Publishers should work with journal editors to:
- Set journal policies appropriately and aim to meet those policies, particularly with respect to:
– Editorial independence
– Research ethics, including confidentiality, consent, and the special requirements for human and animal research
– Authorship
– Transparency and integrity (for example, conflicts of interest, research funding, reporting standards
– Peer review and the role of the editorial team beyond that of the journal editor
– Appeals and complaints
- Communicate journal policies (for example, to authors, readers, peer reviewers)
- Review journal policies periodically, particularly with respect to new recommendations from the COPE
- Code of Conduct for Editors and the COPE Best Practice Guidelines
- Maintain the integrity of the academic record
- Assist the parties (for example, institutions, grant funders, governing bodies) responsible for the investigation of suspected research and publication misconduct and, where possible, facilitate in the resolution of these cases
- Publish corrections, clarifications, and retractions
- Publish content on a timely basis