Desenvolvimento neuromotor e dentição de crianças atendidas em serviços públicos de saúde do Brasil, no primeiro ano de vida

Autores

  • Kátia C. de Andrade Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição
  • Sonia B. de Souza Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição
  • Sophia C. Szarfarc Universidade de São Paulo; Faculdade de Saúde Pública; Departamento de Nutrição

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19831

Palavras-chave:

Desenvolvimento infantil, Desenvolvimento neuromotor, Dentição, Primeiro ano de vida, Serviços públicos de saúde

Resumo

Este artigo tem como objetivo identificar, através da percepção materna, o desenvolvimento de crianças atendidas no primeiro ano de vida em serviços públicos de saúde do Brasil. Em entrevista com as mães, foram levantados sinais de desenvolvimento: firmar a cabeça, sentar, engatinhar, andar com ajuda ou sozinha, falar e dentição de 5655 crianças. As respostas categóricas (sim/não) foram avaliadas segundo associação com: idade e escolaridade maternas, idade gestacional no parto, peso ao nascer, estado nutricional e anemia da criança, aleitamento materno e uso de chupeta. Os resultados revelaram que a maior proporção de crianças apresenta-se atrasada em relação aos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde para o desenvolvimento neuromotor e dentição. A prematuridade foi o fator mais freqüentemente associado a sinais de desenvolvimento não atingidos e a dentição foi o sinal mais sensível às mesmas variáveis. Verificou-se que parte dos resultados negativos talvez sejam conseqüência da dificuldade materna em identificar os sinais subjetivos de desenvolvimento. Sugere-se que um levantamento dos sinais de desenvolvimento seja realizado por profissionais treinados permitindo verificar critérios e/ou intervenções adequadas para modificar a situação encontrada.

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Publicado

2007-08-01

Edição

Seção

Pesquisa Original