Incidência de hemorragia peri-intraventricular em recém-nascidos pré-termo e a relação com o peso ao nascer

Autores

  • Luiz Carlos de Abreu Faculdade de Medicina do ABC; Departamento de Fisiologia
  • Angela Mara Bentes de Souza FMABC; Genética e Reprodução Humana
  • Adriana Gonçalves de Oliveira Hospital Maternidade Leonor Mendes de Barros
  • Cláudia de Castro Selestrin Faculdade de Medicina do ABC; Hospital Municipal Universitário de São Bernardo do Campo
  • Maria Sílvia Bergo Guerra Faculdade de Medicina do ABC; Departamento de Fisiologia
  • Celso Ferreira Faculdade de Medicina do ABC; Departamento de Fisiologia
  • Neif Murad Faculdade de Medicina do ABC; Departamento de Fisiologia
  • Arnaldo Augusto Franco de Siqueira Faculdade de Medicina do ABC; Hospital Municipal Universitário de São Bernardo do Campo

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19829

Palavras-chave:

Ultra-som transfontanelar, Hemorragia periventricular-intraventricular, Recém-nascido pré-termo

Resumo

A caracterização das hemorragias periventriculares-intraventriculares (HPIV) no período neonatal em recém-nascidos pré-termo constitui um evento importante para a prevenção de seqüelas em curto e longo prazo. Foi objetivo deste estudo avaliar a freqüência da hemorragia peri-intraventricular (HPIV) em recém-nascidos pré-termo e correlacioná-la com o peso ao nascer, num estudo observacional e transversal realizado em uma unidade de terapia intensiva neonatal, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), na cidade de São Paulo no período de janeiro de 1996 a dezembro de 1997. Foram incluídos no estudo 70 de 102 recém-nascidos com peso menor de 2000g, sendo utilizada a classificação de Papille, que classifica HPIV em quatro graus, conforme a extensão da mesma. As ecografias foram realizadas nos 4º, 8º, 15º e 28º dias de vida, desde que os recém-nascidos permanecessem internados na unidade de cuidados intensivos do HSPE. Foram diagnosticados 32 casos de HPIV. Houve correlação estatisticamente significante (pd"0,001) do peso com a ocorrência da HPIV, sendo que o grupo acometido foi o que apresentou menor média de peso. Assim, a HPIV é um evento freqüente em recém-nascidos pré-termo e está relacionada com peso ao nascer inferior a 1500g. O exame ultra-sonográfico mostrou-se eficaz no diagnóstico, devendo a partir do diagnóstico da HPIV, haver o encaminhamento do recém-nascido para ao acompanhamento ambulatorial com equipe multidisciplinar.

Referências

Abreu LC. A hemorragia peri-intraventriculardo recém-nascido pré-termo, Fisio Brasil,2004: 65(1):38-42.

Abreu LC. Efeitos terapêuticos da fisioterapia pulmonar e motora em recém-nascidos pré-termo com hemorragia periventricular-intraventricular, Tese (Mestrado em Reabilitação) UNIFESP/EPM, São Paulo, 1998.

Abreu LC, Angheben JMM, Braz PF, Oliveira AG, Falcão MC, Saldiva PHN. Effect of the neonatal physiotherapy in the heart rate in preterm infant with respiratory distress syndrome after replacement of exogenous surfactant. Arq Med ABC.2006;31(1):5-11.

Jorch G, Jorch N. Failure of auto regulation of cerebral blood flow in neonates studies by pulsed Doppler ultrasound of internal carotidartery. Eur J Pediatr. 1987;146:468-72.

Miall-Allen VM, De Vries LS, Whitelaw AG. Mean arterial blood pressure and neonatal cerebral lesions. Arch Dis Child.1987;62:1068-9.

Volpe JJ. Neurology of new born. 3rd ed.Philadelphia: WB Saunders; 1995.

Assis MC, Machado HR. Ecografia transfontanelar com fluxo a cores em recém-nascidos prematuros. Arq Neuropsiquiatr. 2004;62:68-74.

Ferreiro DM Neonatal brain injury. N Engl J Med. 2004;1985-1995.

Gross SI, Mettelman BB, Dye TD, Slagle TA. Impact of family structure and stability on academic outcome in preterm children at 10years of age. J Pediatr. 2001;138(2):169-75.

Victora CG, Barros FC, Kirkwood BR, Vaughan JP. Pneumonia, diarrhea, and growth in the first 4 years of life: a longitudinal study of 5914 urban Brazilian children. Am J Clin Nutr. 1990;52(2):391-6.

Leal MC, Gama SGN, Cunha CB. Desigualdades sócio-demográficas e suas conseqüências sobre o peso do recém-nascido. Rev. Saúde Pública. 2006;40(3):466-473.

Stathis SL, O. Callaghan M, Harvey J, Rogers Y. Head circumference in ELBW babies is associated with learning difficulties and cognition but not ADHD in the school-aged child. Dev Med Child Neurol. 1999;41:375-80.

Hack M, Taylor HG. Perinatal brain injury in preterm infants and later neurobehavior function. JAMA. 2000;284:1973-4.

Saigal S, Hoult LA, Streiner DL, Stoskopf BL, Rosenbaum PL. School difficulties at adolescence in a regional cohort of children who were extremely low birth weight. Pediatrics. 2000;105:325-31.

Schendel DE, Stockbauer JW, Hoffman HI, Herman AA, Berg CJ, Schramm WF. Relation between very low birth weight and developmental delay among preschool children disabilities. Am J Epidemiol.1997;146(9):740-9.

Leonard CH, Piecuch RE. School age outcome in low birth weight preterm infants. Semin Perinatol. 1997;21:240-53.

Botting N, Powls A, Cooke RW, Marlow N. Cognitive and educational outcome of very-low-birth weight children in early adolescence. Dev Med Child Neurol. 1998;40:652-60.

Grunau RE, Whitfield MD, Davis C. Pattern of learning disabilities in children with extremely low birth weight and broadly average intelligence. Arch Pediatr Adolesc Med. 2002;156:615-20.

Ohlweiler L, Silva AR, Barros SV, Riesgo R, Rotta NT. Influence of intracranial hemorrhage and neonatal seizures on the neurological and psychomotor development of premature infants at Hospital de Clinicas de Porto Alegre, Brazil. Arq Neuropsiquiatr.2003: 61:902-905.

Stopiglia MS, Ribeiro MM, Valeriana L, Marba S. Neurological evaluation of neonates with intraventricular and periventricular hemorrhage. Arq. Neuro-Psiquiatr. 1999;57(2B):366-370.

Capurro H, Konichezky S, Fonseca D, Caldeyro-Barcia R. A simplified method for diagnostic of gestacional age in the new born infant. J. Pediatr. 1978; 93: 102-12.

Papile LA, Burstein J, Burstein R, Koffler H. Incidence and evolution of sub ependymal and intraventricular hemorrhage: a study of infants with birth weights less than 1,500 gm. J Pediatr. 1978, 92:529-534.

Bussat WO e Morettin PA. Estatística Básica.3.ed. São Paulo: Atual. 321p. (Coleção Métodos Quantitativos), 1987.

Campos H. Estatística Experimental Não Paramétrica. Piracicaba: ESALQ. 343p. 1979.

Volpe JJ. Intraventricular hemorrhage in premature infant: morfhologic characteristics. In: Pollin RA, Fox WW. Fetal and neonatal physiology. Philandelphia, W.B. Sauders Company, EUA. 1992: p. 1598-1608.

McMenamin JB, Shackerlford GD, Volpe JJ. Outcome of neonatal intraventricular hemorrhage with periventricular echolenselesions. Ann. Neurol. 1984;15: 285-90.

Farage L e Assis MC. Ultrasonic findings of intracranial hemorrhage in preterm neonates. Arq. Neuro-Psiquiatr. 2005; 63(3b): 814-816.

Downloads

Publicado

2007-08-01

Edição

Seção

Pesquisa Original