Perfil clínico-epidemiológico de crianças e adolescentes que vivem e convivem com espinha bífida

Autores

  • Maria Aparecida Munhoz Gaíva Universidade Federal dede Mato Grosso; Faculdade de Enfermagem
  • Emanuelle Righetto Corrêa Universidade Federal de Mato Grosso
  • Elisete Ap. Rubira do Espírito Santo Universidade Federal de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.7322/jhgd.19999

Palavras-chave:

anomalias congênitas, disrafismo espinal, defeitos do tubo neural, crianças portadoras de deficiência, assistência de enfermagem

Resumo

O objetivo é analisar as variáveis clínico-epidemiológicas de crianças e adolescentes portadoras de espinha bífida. Trata-se de um estudo descritivo, transversal, constituído por 41 crianças e adolescentes entre zero e vinte anos de idade. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a maio de 2006, mediante aplicação de um formulário. Os resultados revelam que 32 (78%) crianças e adolescentes possuíam mielomeningocele, 22 (54%) eram do sexo masculino; 32 (78%) nasceram de parto cesárea; 29 (71%) nasceram a termo, 31 (77%) nasceram com peso considerado adequado. A bexiga neurogênica, a hidrocefalia, os pés tortos congênitos e o intestino neurogênico foram as complicações mais frequentes entre a população estudada. A maioria, 31 (76%) famílias, possuía renda mensal de até três salários mínimos; 32 (78%) mães declararam que sua gravidez não foi planejada e 33 (80%) mães afirmaram não ter feito uso de ácido fólico nos primeiros meses de gestação. O estudo aponta a necessidade de maiores investimentos por parte do poder público, considerando que essa é uma malformação que pode ser prevenida e que medidas podem ser implementadas na rede básica de saúde.

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Publicado

2011-04-01

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