Entre narrativa heróica e poesia ritual: o sujeito poético que canta o mito
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v0i9p47-65Palavras-chave:
mélos, poesia ritual, narrativa e discurso, “eu lírico”Resumo
O cruzamento da perspectiva aberta pelas pesquisas de Benveniste sobre a enunciação entre narrativa (enunciado) e discurso (enunciado da enunciação) e aquelas de Bühler sobre os procedimentos da dêixis a partir do ponto focal que constitui o eu discursivo tem um impacto não somente sobre a concepção do autor e de sua autoridade poética, mas também sobre aquela da ficção em geral e do mito em particular, em sua dimensão discursiva. Para a poesia da Grécia clássica, que erigimos em “literatura” a despeito de seu caráter fortemente pragmático, que destina suas for- mas a performances musicais ritualizadas, não é portanto somente a questão do eu poético (e “lírico”) que deve ser considerada sob uma luz nova, mas também aquela das narrativas que denominamos “míticas”, porque as dotamos de referência empírica e as assimilamos a ficções. Tomando como exemplo único o poema mélico de Píndaro, pertencente ao gênero do epinício, convém ilustrar esse processo complexo de composição-performance musical que põe tanto a metáfora poética quanto a narrativa heróica a serviço de uma celebração ritual pelo prisma de um jogo enunciativo e pragmático de notável densidade.Downloads
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Publicado
2005-10-26
Edição
Seção
Artigos
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Como Citar
Entre narrativa heróica e poesia ritual: o sujeito poético que canta o mito. (2005). Letras Clássicas, 9, 47-65. https://doi.org/10.11606/issn.2358-3150.v0i9p47-65