Reminiscências da Antropofagia oswaldiana
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2237-4485.lev.2017.150302Resumo
O Manifesto Antropófago de 1928 é o mais radical manifesto cultural e político do início do século XX no Brasil. Oswald Andrade lança mão, a partir da ideia de antropofagia, de uma visão crítica acerca da herança cultural ocidental, cuja oposição está diretamente relacionada à ideia de cópia da cultura estrangeira em detrimento da cultura nacional, o binômio cópia/original. No Manifesto, Oswald explora a noção antropofágica como metáfora para a transformação da cultura ocidental: deglutir o que vem de fora e transformar em algo totalmente novo; absorver o inimigo sacro; escapar às dicotomias nacional/estrangeiro, escola/floresta. A popularização da antropofagia oswaldiana só aconteceu a partir da década de 1950, reunindo o concretismo dos irmãos Campos, o Cinema Novo de Glauber Rocha, o Teatro Oficina de José Celso Martins Corrêa, as artes plásticas de Hélio Oiticica, até desembocar finalmente no mais popular desses movimentos: a tropicália de Caetano Veloso e Gilberto Gil. O objetivo deste artigo é explorar o pensamento antropofágico de Oswald de Andrade na cena artístico-cultural brasileira desde o Manifesto Antropofágico até o Movimento Tropicalista, bem como levantar indícios do pensamento oswaldiano no debate político-cultural latino-americano da atualidade.
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