Este ensaio tem o objetivo de refletir sobre a escrita fragmentária, tal como praticada por Roland Barthes. Desenvolve-se em dois momentos distintos. Primeiramente, esboça-se um panorama histórico sumário compreendendo alguns dos momentos mais importantes da prática do fragmento, a partir do gótico. Ao mesmo tempo, procura-se reunir as principais características do pensamento fragmentário em geral. Em segundo lugar, analisam-se os conjuntos de fragmentos barthesianos, sobretudo Roland Barthes por Roland Barthes, cuja organização se faz com base em três tipos de atividades: bricolagem, encenação, metalinguagem. Esta obra, aliás, parece estar fundada sobre um paradoxo: tendo como meta a Utopia do Neutro (a in-significância), ela nada mais faz, no entanto, senão produzir significações infinitamente