Macunaíma: "pelo direito de expressar a 'gramatiquinha' da fala brasileira"
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v25i1p147-163Resumo
O presente trabalho propõe uma releitura da obraMacunaíma, de Mário de Andrade, a partir da interface dos estudos literários e estudos linguísticos. Tem como objetivo evidenciar a necessidade de desvelamento da gênese da obra para a compreensão das reais intenções do autor no processo de arquitetura textual – seu projeto de construção da identidade nacional. Dentre as inúmeras possibilidades de abordagem do tema, privilegia-se a relação oralidade/escrita, buscando explicitar em que medida a oralidade - materializada nas escolhas lexicais: palavras da língua brasileira falada, em oposição ao português escrito de influência lusitana; expressões regionais; ditos populares etc. - contribui para a consolidação dos propósitos do autor. Nesse intuito, procura investigar a inter-relação do contexto histórico-cultural da época e o fazer artístico do autor na busca de subsídios que revelem a persistência de uma escrita voltada à oralidade. As constantes e diferentes leituras bibliográficas explicitaram a intenção de Mário de Andrade em apresentar na escrita a “cara” de uma linguagem latente nos quatro cantos do país, trazendo à tona a diversidade linguística, exterior ao padrão de uma linguagem formal limitada a regras e, portanto, condicionada à estagnação; sugerindo reflexões acerca de um Brasil que “escreve de um jeito e fala de outro” e que precisa assumir sua identidade.
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