A crise do romance segundo os ensaios e o conto “An unwritten novel” de Virginia Woolf
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2019.174028Palavras-chave:
Virginia Woolf, Romance, Conto, Ensaio, CharacterResumo
Este artigo analisa o conto “An unwritten novel”, de Virginia Woolf, à luz da discussão proposta pela própria autora em diversos de seus ensaios acerca das dificuldades e das possibilidades encontradas por seus contemporâneos em relação à escrita de ficção. O que define o gênero romance, para a autora, é uma preocupação com a apreensão e a representação de algo por ela denominado como character, que é tanto uma personagem na obra quanto um traço fundamental da experiência humana materializado em um indivíduo real e percebido por um escritor. Em relação à própria geração, Woolf identifica a necessidade de rompimento com as convenções então vigentes do romance para que a forma possa, uma vez mais, estabelecer essa aproximação entre escritor, mundo e leitor centrada na representação do character. O conto analisado aprofunda essa discussão não necessariamente em seus temas, mas principalmente na instabilidade formal de seu narrador.
Downloads
Referências
ADORNO, Theodor. “A posição do narrador no romance contemporâneo”. In: Notas de literatura I. Trad. de Jorge de Almeida. São Paulo: Duas Cidades, Editora 34, 2003. p. 55-63.
BENJAMIN, Walter. “O Narrador”. In: Magia e técnica, arte e política. Trad. de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 197-221.
BENJAMIN, Walter. “Sobre alguns temas em Baudelaire”. In: Obras escolhidas III: Charles Baudelaire, um lírico no auge do capitalismo. Trad. de J. Carlos Barbosa e Hemerson Baptista. São Paulo: Brasiliense, 1989. p. 103-149.
KENNEY JR., Edwin. “The moment, 1910: Virginia Woolf, Arnold Bennett, and Turn of the Century Consciousness”. Colby Library Quarterly. Waterville, n. 1, v. 13, p. 42-66, March 1977.
LUKÁCS, Georg. “O romance como epopeia burguesa”. In: Arte e sociedade: escritos estéticos 1932-1967. 2. ed. Trad. de Carlos Nelson Coutinho e José Paulo Netto. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2009. p. 193-243.
MCKEON, Michael. “Generic transformation and social change: rethinking the rise of the novel”. In: DAMROSCH, Leopold. Modern essays on eighteenth-century literature. New York, Oxford: Oxford University Press, 1988. p. 159-180.
PIGLIA, Ricardo. “Teses sobre o conto”. In: Formas breves. Trad. de José Carlos Mariani de Macedo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. p. 87-94.
WATT, Ian. “Realism and the novel form”. In: The rise of the novel: studies on Defoe, Richardson, and Fielding. Berkeley & Los Angeles: University of California Press, 1962. p. 9-34.
WOOLF, Virginia. “An unwritten novel”. In: The complete shorter fiction of Virginia Woolf. Organização e notas de Susan Dick. San Diego: Harcourt, 1989. p. 112-121.
WOOLF, Virginia. “Character in fiction”. In: Selected essays. Oxford: Oxford University Press, 2008a. p. 37-54.
WOOLF, Virginia. “How it strikes a contemporary”. In: Selected essays. Oxford: Oxford University Press, 2008b. p. 23-30.
WOOLF, Virginia. “Modern Fiction”. In: Selected essays. Oxford: Oxford University Press, 2008c. p. 6-12.
WOOLF, Virginia. “Mr. Bennett and Mrs. Brown”. In: Selected essays. Oxford: Oxford University Press, 2008d. p. 32-36.
WOOLF, Virginia. “The decay of essay-writing”. In: Selected essays. Oxford: Oxford University Press, 2008e. p. 3-5.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).