Jaguanhenhém: um estudo sobre a linguagem do Iauaretê

Autores

  • Marcel Twardowsky Ávila Universidade de São Paulo
  • Rodrigo Godinho Trevisan Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2015.98404

Palavras-chave:

Guimarães Rosa, português, tupi, hibridismo, homem-onça.

Resumo

Em Meu tio o Iauaretê, Guimarães Rosa empreende em prosa um grande experimentalismo com relação à linguagem, utilizando-a como um instrumento em que, por meio da mescla entre o português e o tupi, aflora o hibridismo do narrador homem-onça. O uso do tupi no conto, sobretudo na forma do nheengatu, é bastante denso, devido a isso um estudo da elaborada linguagem da obra mostra-se muito revelador. Abordamos ao longo deste ensaio as variadas formas pelas quais o tupi mescla-se à língua portuguesa na narrativa de Rosa e sugerimos interpretações que decorrem do estudo desse hibridismo linguístico, que confere singularidade à linguagem denominada jaguanhenhém. Por fim, fornecemos um glossário em que listamos e traduzimos os termos tupis utilizados por Rosa. Desse modo, este trabalho busca preencher uma lacuna apontada por Haroldo de Campos em seu conhecido ensaio A Linguagem do Iauaretê.

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Biografia do Autor

  • Marcel Twardowsky Ávila, Universidade de São Paulo
    Mestrando do programa de Estudos da Tradução vinculado ao Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo
  • Rodrigo Godinho Trevisan, Universidade de São Paulo
    Mestrando do programa de Estudos da Tradução vinculado ao Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo

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Publicado

2015-12-15

Edição

Seção

LAVA

Como Citar

Jaguanhenhém: um estudo sobre a linguagem do Iauaretê. (2015). Magma, 22(12), 297-335. https://doi.org/10.11606/issn.2448-1769.mag.2015.98404