Edição crítico-genética de três narrativas carolinianas: o caráter proverbial nos cenários do devir-fome amarela

Autores

  • Raffaella Andréa Fernandez Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i32p116-131

Palavras-chave:

Carolina Maria de Jesus, Edição crítico-genética, Provérbios, Autoficção, Devir-fome amarela

Resumo

O devir-fome amarela em Carolina de Jesus (191?-1977)  consiste numa expressão do tornar-se a secreção, o restolho incômodo, a ferida inflamada da modernidade na cidade de São Paulo. Uma inflamação como resultado do inflar da desigualdade social, gerando anti(corpos) como resultado criado pela chaga do organismo social doentio: o pobre marginalizado. Sem esperança de cura, revela-se patologia que retorna como ponto de fuga, de captura do devir-fome amarela que os marginalizados, presos pela malha das desigualdades urbanas, irão passar. Este artigo realiza uma edição crítico-genética em três narrativas de Carolina de Jesus observando as tramas autoficcionais que interligam seus escritos.

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Biografia do Autor

  • Raffaella Andréa Fernandez, Universidade Estadual de Campinas

    Bacharel e Licenciada em Ciências Sociais (CNPq / 2004) pela UNESP de Marília, quando iniciou seus estudos sobre Carolina Maria de Jesus e Esmeralda do Carmo Ortiz, desenvolvendo a monografia intitulada "Em todo e nenhum lugar: vozes da marginalidade". Em seguida realizou mestrado em Literatura e Vida Social (Capes/ 2006) pela UNESP de Assis com defesa.

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Publicado

2017-06-30

Como Citar

Fernandez, R. A. (2017). Edição crítico-genética de três narrativas carolinianas: o caráter proverbial nos cenários do devir-fome amarela. Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 32, 116-131. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i32p116-131