Direitos humanos e participação política das crianças: alguns destaques ao papel dos livros e mídias para a infância

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i37p168-182

Palavras-chave:

direitos humanos, direitos da criança, literatura para a infância, mídias.

Resumo

O artigo busca problematizar os conceitos de administração simbólica e negatividade da infância, através das contribuições da filosofia da diferença e da sociologia da infância, na discussão do papel dos livros e mídias que se apresentam no mercado brasileiro, a partir de uma lógica vigente sobre direitos humanos e do estatuto da diferença/do “diferente” nesse âmbito. Coloca em perspectiva, centralmente, as temáticas trazidas pelos livros/ literatura e pelas mídias produzidas para a infância em torno da diferença e os projetos de participação política das crianças que podem ser instaurados, diante dessa acessibilidade. Assume, nessa direção, que o direito à informação e comunicação pelas crianças, pelas mídias impressas e eletrônicas, é um direito humano também fundamental a ser garantido. Traz ainda um breve mapeamento da literatura infantil produzida nessa temática e, ao modo de uma pedagogia da pergunta, levanta alguns elementos para a reflexão sobre propostas (de)coloniais para a criação de mídias e livros para/com a infância no agora.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Heloísa Andreia de Matos Lins, Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação

    Professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, lotada no Departamento de Psicologia Educacional. Pesquisadora do Grupo ALLE-AULA - Alfabetização, Leitura e Escrita e no Grupo de Pesquisa DIS – Diferenças e Subjetividades em Educação: Estudos Surdos, das questões raciais, de gênero e da infância. E-mail: hmlins@unicamp.br

     

Referências

ARAUJO, D. O. Qual o lugar ocupado pelas personagens negras na literatura infantil brasileira? Refletindo sobre estereótipos e originalidade. TOM UFPR, v. 3, pp. 20-42, 2017.

ALMEIDA, J. Perspectivas pós-coloniais no Brasil: ancoragens e especificidades do campo literário. In: ALMEIDA, J.; SIEGA, P. (orgs). Literatura e voz subalterna: anais. Vitória: GM, 2013.

ARENDT, H. A crise na educação. In: Entre o passado e o futuro. Trad. Mauro W. Barbosa de Almeida. São Paulo: Perspectiva, 2005.

AZEVEDO, N. M. S. Leitura literária e transdisciplinaridade : uma ponte possível para os direitos humanos com crianças em sala de aula. 2016. 122 f. Dissertação (Mestrado em Educação, Culturas e Identidades). Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2016.

BOURDIEU, P. As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

BRASIL. Lei 13257 de 08 de março de 2016. (Marco da Primeira infância). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13257.htm. Acesso em: 18 dez. 2018.

BUENDGENS, J. F.; CARVALHO, D. C. O Preconceito e as Diferenças na Literatura Infantil. Educ. Real., Porto Alegre , v. 41, n. 2, p. 591-612, jun. 2016.

BUCKINGHAM, D. Crescer na era das mídias eletrônicas. São Paulo: Edições Loyola, 2007.

BUCKINGHAM, D. Más allá de la tecnologia: aprendizaje infantil en la era de la cultura digital. 1ª. ed. Buenos Aires: Manantial, 2012.

COELHO, N. N. Literatura infantil: Teoria, Análise, Didática. São Paulo: Ática, 1993.

CORRÊA, M. (orgs). Gênero & Cidadania. Campinas, SP. Pagu/ Núcleo de Estudos de Gênero – Unicamp, 2002.

COSTA, L. B. Cartografia: uma outra forma de pesquisar. Revista Digital do LAV, Santa Maria, v. 7, n.2, pp.66-77, mai./ago., 2014.

COUTO, M. E se Obama fosse africano? e outras interinvenções. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

DUARTE, E. A. DUARTE, E. A. Faces do negro na Literatura Brasileira. In: ALMEIDA, J.; SIEGA, P. (orgs). Literatura e voz subalterna: anais. Vitória: GM, 2013.

GALLO, S.; VEIGA-NETO, A.(orgs). Infância e poder: algumas interrogações à escola. In: KOHAN, W.O. (org). Devir-criança da filosofia: infância da educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.

GUATTARI, F. Revolução molecular: pulsações políticas do desejo. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985.

KOHAN, W.O. Infância. Entre educação e filosofia. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

KOHAN, W.O. (org). Devir-criança da filosofia: infância da educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.

LAFER, C. A reconstrução dos direitos humanos: a contribuição de Hannah Arendt. Estudos Avançados, São Paulo, v. 11, n. 30, p. 55-65, Ago., 1997.

MACEDO, E. As demandas conservadores do movimento Escola Sem Partido e a Base Nacional Curricular Comum. Educ. Soc., Campinas, v. 38, n. 139, pp.507-524, abr.-jun., 2017.

MARCHI, R. C.; SARMENTO, J. M. Infância, normatividade e direitos das crianças: transições contemporâneas. Educ. Soc., Campinas, v. 38, n. 141, pp. 951-964, out./dez., 2017.

MADALENA, E. Temas emergentes na literatura para crianças: o exemplo das questões trangénero. In: RAMOS, A.M.; MADALENA, E.; COSTA, I. (coord.). Tendências contemporâneas da investigação em literatura para a infância e juventude. Porto: Tropélias & Companhia, 2019.

MIGNOLO, W. Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2003.

MIGNOLO, W. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. RBCS. Vol. 32, n. 94 junho, 2017.

MOTT, L.. Por que os homossexuais são os mais odiados dentre todas as minorias? Gênero & cidadania, 143-256. Campinas: Pagu/Núcleo de Estudos de Gênero – UNICAMP, 2002.

PEREIRA, I. S. S. Literatura infantil na perspectiva dos estudos culturais: por uma infância plural. 2014. 122 p. Dissertação (Mestrado em Ciências da Linguagem). Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, 2014.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: QUIJANO, A. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas Latino-Americanas.

RAMOS, A.H. Educação em Direitos Humanos: local da diferença. Revista Brasileira de Educação, v. 16, n. 46, jan./abr., 2011.

RAMOS, A.M.; MADALENA, E.; COSTA, I. (coord.). Tendências contemporâneas da investigação em literatura para a infância e juventude. Porto: Tropélias & Companhia, 2019.

RESENDE, H. Michel Foucault: o governo da infância. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

RIBEIRO, D. O que é lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento: Justificando, 2017.

RIMOLI, A. O mundo da comunicação e o mundo da criança. Comunicação & Educação, v. 21, n. 1, p. 51-59, 2 maio 2016.

RODRIGUES, C.; BORGES, L.; RAMOS, T. R. O.(orgs). Problemas de gênero. Rio de Janeiro: Funarte, 2016.

SANTOS, B. S. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 2013.

SANTOS, B. S. Por uma concepção multicultural de direitos humanos. In: SANTOS, B.S.S. (org). Reconhecer para libertar: Os caminhos do cosmopolitismo multicultural. RJ: Civilização Brasileira, 2003.

SARMENTO, M.J. Crianças: educação, culturas e cidadania activa. Refletindo em torno de uma proposta de trabalho. Perspectiva, Florianópolis, v. 23, n. 1, p. 17-40, jan./jul. 2005, p. 25.

SARMENTO, M. J.; FERNANDES, N.; TOMÁS, C. Políticas Públicas e Participação Infantil. Educação, Sociedade & Culturas, v.1, n.25, pp. 183-206, 2007.

SARMENTO, M. J. A criança cidadã: vias e encruzilhadas. Imprópria. Política e pensamento crítico. UNIPOP, 2012. Nº 2: 45-49.

SAWAIA, B.B. As artimanhas da exclusão: análise psicossocial e ética da desigualdade social. 2ª. Ed. RJ, Petrópolis: Ed. Vozes, 2001.

SILVA, V. S. A literatura infantil e a formação humanística no cotidiano da sala de aula. 2013. 144p. Dissertação (Mestrado Profissional em Formação de Professores). Universidade Federal da Paraíba, Campina Grande, 2013.

SKLIAR, C. Escrever e ler para ressuscitar os vivos: Notas para pensar o gesto da leitura (e da escrita). In KOHAN, W.O. (org). Devir-criança da filosofia: infância da educação. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2010.

SOUZA, F. C. Como lobo na pele de cordeiro: discursos das diferenças em textos narrativos infantis sobre a pessoa com deficiência. 151p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011.

UNICEF (1989). Convenção sobre os direitos da criança. Nova Iorque: UNICEF. Disponível em <http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10120.htm>. Acesso em 20 maio 2019.

ZIZEK, S. Contra os direitos humanos! Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2013/03/14/contra-os-direitos-humanos-artigo-de-slavojzizek. 2013, s/p. (Publicada originalmente na New Left Review, n. 34, julho-agosto de 2005). Acesso em 30 ago. 2017.

ZIZEK, S. Acontecimento: uma viagem filosófica através de um conceito. 1a. ed.,Rio de Janeiro: Zahar, 2017.

Downloads

Publicado

2019-06-26

Como Citar

Lins, H. A. de M. (2019). Direitos humanos e participação política das crianças: alguns destaques ao papel dos livros e mídias para a infância. Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 37, 168-182. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i37p168-182