Entre reescritura e expansão do texto: da gênese à criação pós-editorial de Proust e os signos, de Gilles Deleuze

Autores

  • Thiago Leão Antunes Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i42p194-208

Palavras-chave:

Gilles Deleuze, Gênese Pós-Editorial, Reescrita Editorial, Crítica Genética

Resumo

O presente artigo tem como objetivo apresentar aspectos do processo de reescrita editorial e possíveis abordagens de tais elementos na obra Proust e os signos, de Gilles Deleuze. Esse livro será reeditado em três momentos distintos (1964, 1970, 1976) sobre os quais também foram publicados, respectivamente, três artigos preliminares (1963, 1970, 1973), dando a ver rastros de uma criação da qual não restaram documentos preparatórios, mas que se desenvolve, para além das versões mencionadas, em escritos que os antecedem – como é caso de “Dizeres e perfis”, textos publicado em 1946 na revista Poésie. Dessa forma, busca-se explorar tais documentos através de duas perspectiva. A primeira uma abordagem centrada nas condições de enunciabilidade e das práticas de escrita, combinada à construção de um avant-texte através de publicações na qual Deleuze começa a desenvolver com sua leitura uma reflexão sobre o romance de Marcel Proust, Em busca do tempo perdido, que já anuncia brevemente elementos que serão retomados parcialmente no ensaio de 1964. Enquanto a segunda abordagem, mais detida aos movimentos escriturais que emergem da comparação entre as diferentes versões de Proust e os signos por meio do software de comparação de versões do Institut des Textes et Manuscrits, Machine pour l’étude diachronique et interprétative du travail de l’écrivain (MEDITE). Dessa forma, elaborando hipóteses a respeito das mudanças encontradas, buscou-se examinar a produtividade do programa de processamento e comparação de texto como ferramenta no estudo das fases pós-editorais de criação, adotando como ponto de partida o artigo preliminar “L’unité de A la recherche du temps perdu” de 1963 e a primeira edição, Marcel Proust et les signes, de 1964.   

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ANTUNES, T. L. “Os signos em preparação: o devir conceito”, Manuscrítica, nº 39, 2019, p. 5-20.

BIASI, P.-M. La génétique des texte. Paris: Nathan, 2000.

DELEUZE, G. Cartas e outros textos. São Paulo: N-1 Edições, 2018.

DELEUZE, G. Deux regimes de fous: textes et entretient 1975-1995. Paris: Éditions de Minuit, 2003.

DELEUZE, G. “L’unité de A la recherche du temps perdu”, in: Revue de métaphysique et de morale, nº 4, 1963, p. 427.

DELEUZE, G. Marcel Proust et les signes. Paris: Presse Universitaire de France, 1964.

DELEUZE, G. ; GUATTARI, F. O anti-Édipo. São Paulo: Editora 34, 2010.

DELEUZE, G. Proust e os signos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.

DELEUZE, G. Proust et les signes. Paris: Presses Universitaire de France, 1970.

DELEUZE, G. Proust et les signes. Paris: Presses Universitaire de France, 1976.

MAHRER, R. “Anecdotique”, in: Genesis, nº 44, 2017, p. 7-15.

MAHRER, R. “La plume après le plomb: Poétique de la réécriture des œuvres déjà publiées”, in: Genesis, nº 44, 2017, p. 17-39.

MALUFE, A. C. “Aquém ou além das metáforas: a escrita poética na filosofia de Gilles”, in: Rev. Let., São Paulo, volume 25, p. 185-204, 2012.

MARANTES, B. O. “Proust e Deleuze: mutualismos e criações”, in: Revista Limiar, volume 5, nº 9, 2018.

PINO, C. A. “Crítica genética: o que interpretar?”, in: Revista do Programa de Pós-Graduação da Universidade de Passo Fundo, volume 10, nº 2, 2014, p. 259-273.

PINO, C. A.; ZULAR, R. Escrever sobre escrever: Uma introdução crítica à crítica genética. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2007.

PROUST, M. A la recherche du temps perdu (tomes I, II, III). Paris: Gallimard, 1954.

SAUVAGNARGUES, A. Deleuze et l’art. Paris: Presses Universitaire de France, 2006.

WALLACE, D. F. Infinite Jest. Nova Iorque: Little, Brown and Company, 1996.

WILLEMART, P. A escritura na era da indeterminação. São Paulo: Perspectiva, 2019.

WISER, A. “L’espace du style: sur les trois versions d’ Éperons (1973, 1976, 1978) de Jacques Derrida”, Genesis, nº 44, 2017, p. 144-156.

Downloads

Publicado

2020-12-23

Como Citar

Antunes, T. L. (2020). Entre reescritura e expansão do texto: da gênese à criação pós-editorial de Proust e os signos, de Gilles Deleuze. Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 42, 194-208. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i42p194-208