Algumas variantes adiáforas em Esaú e Jacó, de Machado de Assis

Autores

  • Ariadne Nunes Universidade Nova de Lisboa

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i49p320-333

Palavras-chave:

Esaú e Jacó, Machado de Assis, Variantes adiáforas, Transmissão, Texto-base

Resumo

No arquivo da Academia Brasileira de Letras, existem testemunhos autógrafos dos romances de Machado de Assis, Esaú e Jacó e Memorial de Aires. Do ponto de vista codicológico, são manuscritos muito semelhantes, que se mostram como versões próximas das publicadas em vida de Machado, as edições da Garnier, em 1904 e 1908. Destes romances existem também edições críticas, preparadas pela Comissão Machado de Assis, instituída em 1958, para elaborar o texto definitivo das obras deste autor. A edição de Esaú e Jacob é de 1976 e a de Memorial de Aires de 1977. Uma leitura atenta dos manuscritos, o seu confronto com as edições publicadas em vida de Machado e com os textos fixados pela Comissão Machado de Assis, permite descobrir lições até agora ignoradas. Neste texto, apresentarei e discutirei quatro casos de Esaú e Jacó, em que o autógrafo e a 1ª edição contêm o que pode ser designado como variantes adiáforas, examinando as opções tomadas pela Comissão de Machado de Assis e por editores mais recentes, propondo uma leitura e fixação para cada um dos casos, apenas possibilitadas pelo regresso ao estudo do autógrafo.

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Biografia do Autor

  • Ariadne Nunes, Universidade Nova de Lisboa

    Doutorada em Estudos de Literatura e de Cultura, Estudos Comparatistas, pela Universidade de Lisboa. Bolsista de pós-doutoramento integrada no IELT — Instituto de Estudos de Literatura e Tradição, Nova FCSH.

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Publicado

2023-08-01

Dados de financiamento

Como Citar

Nunes, A. (2023). Algumas variantes adiáforas em Esaú e Jacó, de Machado de Assis. Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 49, 320-333. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i49p320-333