No limiar entre carta, poesia e tradução: uma leitura de Katherine Mansfield e Ana Cristina Cesar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i48p180-192

Palavras-chave:

Estudos da tradução, Cartas, Katherine Mansfield, Tradução comentada, Ana Cristina Cesar

Resumo

Este ensaio se detém sobre uma prática específica: a tradução de cartas. Para tocar esse tema, descreve-se a carta como gênero textual instável e ambíguo — no limiar entre o documento e a literatura, a escrita e a oralidade, a distância e a presença — e busca-se entender como a tradução precisa caminhar ao lado dessa instabilidade, marcando os percalços que caracterizam a epistolografia, ao invés de escondê-los na língua de chegada. A partir da tradução de cartas de Katherine Mansfield para o português (Editora Revan, 1996), analisam-se escolhas de tradução que apaziguam marcas do gênero epistolar e, levando em conta o conceito de intraduzível (CAMPOS, 1992), este texto ensaia um olhar à tradução das cartas capaz de compreender a noção de correspondência no sentido amplo.

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Biografia do Autor

  • Talissa Ancona Lopez, Universidade Estadual de Campinas

    Pesquisadora e tradutora. Mestranda em Linguística Aplicada na Unicamp (Instituto de Estudos da Linguagem).

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Publicado

2023-03-15

Como Citar

No limiar entre carta, poesia e tradução: uma leitura de Katherine Mansfield e Ana Cristina Cesar. (2023). Manuscrítica: Revista De Crítica Genética, 48, 180-192. https://doi.org/10.11606/issn.2596-2477.i48p180-192