Editorial

Autores

  • Uiran Gebara da Silva Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2177-4218.v2i2pi-i

Palavras-chave:

Editorial

Resumo

Este é o segundo número da Revista Mare Nostrum - Estudos sobre o Mediterrâneo Antigo. Esta edição apresenta alguns estudos diferentes entre si, tanto pela temática, quanto pelas abordagens. Mas ainda assim, os textos aqui apresentados tocam a problemática propostas pela revista. Uns mais explicitamente, outros menos. Assim no artigo Plínio, o Antigo, e a Descrição de Roma como capital do Mundo (Mediterrâneo?) de Ivana Lopes Teixeira, a discussão sobre os significados do Mediterrâneo para o projeto de poder imperial romano está presente na discussão sobre a visão de Plinio o velho da Itália com centro espacial e ideológico do Mundo dominado pelos romanos. Já no artigo O Estrangeiro e o Autótone -Dionísio no Mediterrâneo, de Leandro Mendonça Barbosa, é a discussão sobre integração das cidades antigas que se faz presente, como pano de fundo de um estudo sobre as narrativas do nascimento e viagens do Deus Dionísio, possível representante da interação e simbiose entre as póleis helênicas e os estrangeiros. Já no texto de Jorwan Gama da Costa Junior, O Posicionamento Farisaico e Essênio frente ao Domínio Romano, discute-se as razões da resistência à integração quando o autor analisa os fundamentos culturais e políticos dos dois mais fortes grupos político-religiosos da elite judaica na Palestina, de forma a explicar as dificuldades da política imperial romana, recusada por motivos diferentes pelos dois grupos. O Quarto artigo, Romanização e os séculos XX e XXI de Bruno dos Santos Silva, de natureza historiográfica faz uma revisão da historiografia sobre Romanização e mostra as mudanças de modelos e paradigmas pelas quais passaram os estudos e explicações sobre o domínio político e cultural dos romanos sobre os outros povos do Mediterrâneo e da Europa antiga. E finalmente, nesta edição, temos na seção laboratório a tradução de um texto de W. V. Harris, O Mediterrâneo e a História Antiga. Este texto era originalmente o capítulo inicial do livro Rethinking the Mediterranean, uma publicação dos trabalhos apresentados na conferência de mesmo nome na Universidade de Columbia, em 2001. W. V. Harris é Shepherd Professor of History e é diretor do Center for Ancient Mediterranean na Universidade de Columbia. O presente texto de W.V.Harris realiza uma avaliação crítica dos usos recentes da ideia de Mediterrâneo pela historiografia da Antiguidade, centrando suas atenções no impacto que o livro Corrupting Sea de Nicholas Purcell e Peregrin Horden teve sobre no começo do século XXI. Acreditamos ser um bom ponto de partida para o debate sobre o papel da ideia de Mediterrâneo nos processos de integração e criação de fronteiras que estão por trás das formas de história com as quais a academia no Brasil está mais acostumada, como História Antiga, Antiguidade, ou Mundo Greco-Romano. E por fim há quatro resenhas: A History of the Archaic Greek World de John M Hall por Juliana Caldeira Monzani, The Fall of Rome and the End of Civilization de Bryan Ward-Perkins por Gustavo H. S. S. Sartin, Framing the Early Middle Ages de Chris Wickham por Uiran Gebara da Silva e Rome’s Cultural Revolution de Andrew Wallace-Hadrill por Fábio Augusto Morales. Todas as obras resenhadas se conctituem em estudos recentes e de grande fôlego ou perspicácia que tentam lidar com processos de integração e crise nas sociedades do Mediterrâneo Antigo.

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Biografia do Autor

  • Uiran Gebara da Silva, Universidade de São Paulo
    Doutorando em História Social pela Universidade de São Paulo

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Publicado

2011-12-28

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Seção

Editorial