Por uma epistemologia da gambiarra: invenção, complexidade e paradoxo nos objetos técnicos digitais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v14i1p173-192

Palavras-chave:

Gambiarra, objetos técnicos digitais, games, complexidade

Resumo

Associando processos de constituição de objetos técnicos digitais ao conceito de gambiarra, busca-se revelar os modos de existência que tornam a gambiarra um operador fundamental às relações entre técnica, corpo e sociedade. As dimensões estéticas, políticas e cognitivas do conceito compõem uma vertente alternativa da tecnicidade que permite elucidar o caráter complexo e muitas vezes paradoxal das formações sociotécnicas digitais. A demonstração empírica dessas ideias se dará em três níveis: o redirecionamento das capacidades de processamento de consoles de video games e placas de vídeo; as reconfigurações do software e das interfaces gráficas; e a consequente invenção de ritmos e formas de ver, sentir e agir nos video games.

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Biografia do Autor

  • José Messias, Universidade Federal do Maranhão

    Professor adjunto do curso de Comunicação Social/Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão, campus Imperatriz. Foi bolsista de Pósdoutorado (Capes/PNPD) no PPGCOM/UFF. Coordenador do grupo de pesquisa GamerLab/UFMA.

  • Ivan Mussa, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    Professor substituto do Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Decom/UFRN) e vicecoordenador do GP Games da Intercom.

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Publicado

2020-05-07

Edição

Seção

Em Pauta/Agenda

Como Citar

Por uma epistemologia da gambiarra: invenção, complexidade e paradoxo nos objetos técnicos digitais. (2020). MATRIZes, 14(1), 173-192. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v14i1p173-192