Dialética do engajamento: uma contribuição crítica ao conceito

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v14i1p193-220

Palavras-chave:

Engajamento, interações midiatizadas, hegemonia

Resumo

O objetivo deste artigo ensaístico é contribuir com uma compreensão dialética, crítica e marxiana do conceito de engajamento, aqui localizado e concebido como parte da totalidade. Nossa argumentação, baseada em pesquisa bibliográfica não sistemática, parte dialeticamente da concepção hegemônica sobre engajamento, confrontando-a na perspectiva da totalidade com vistas à sua superação. A compreensão que desenvolvemos nos possibilita fazer a mediação entre o debate epistemológico contemporâneo em ciências da comunicação, com foco nas discussões sobre interações midiatizadas, e a teoria filosófica e política marxiana.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Pablo Nabarrete Bastos, Universidade Federal Fluminense

    Professor do Programa de Pós-Graduação Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense.

Referências

Adorno, T. (1995). Palavras e sinais: Modelos críticos 2. Petrópolis, RJ: Vozes.

Araujo, W. F. (2018). A construção da norma algorítmica: Análise dos textos sobre o feed de notícias do Facebook. E-compós, 21(1), 1-21. doi: https://doi.org/10.30962/ec.1402

Arcas, M. (2019, 4 de fevereiro). Facebook completa 15 anos cercado por polêmicas, mas cheio de dinheiro. UOL. Recuperado de https://bit.ly/2wkoT3A

Badenhausen, K. (2019, 22 de maio). As 100 marcas mais valiosas do mundo em 2019. Forbes. Recuperado de https://bit.ly/2RmxQ3A

Bastos, P. N. (2015). Marcha dialética do MST: Formação política entre campo e cidade (Tese de doutorado, Universidade de São Paulo). doi: https://doi.org/10.11606/T.27.2015.tde-29062015-151022

Bastos, P. N. (2018, setembro). Comunicação, interação e engajamento: Fronteiras epistemológicas e alcances políticos. Trabalho apresentado no 41º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Joinville, SC. Recuperado de http://portalintercom.org.br/anais/nacional2018/resumos/R13-1095-1.pdf

Becker, H. (1996). A escola de Chicago. Mana, 2(2), 177-188. doi: 10.1590/S0104-93131996000200008

Bezerra, A. C., Schneider, M., Pimenta, R. M., & Saldanha, G. S. (Orgs.). (2019). iKritika: Estudos críticos em informação. Rio de Janeiro, RJ: Garamond.

Bittencourt, M. C. A. (2015). Midiatização do ativismo e jornalismo digital: O impacto dos filtros do Facebook nos processos de produção e circulação de conteúdos de coletivos midiáticos. Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, 12(22), 122-133. Recuperado de https://bit.ly/2Lntg1O

Blumer, H. (1980). A natureza do interacionismo simbólico. In C. D. Mortensen (Org.), Teoria da comunicação: Textos básicos (pp. 119-137). São Paulo, SP: Mosaico.

Boltanski, L., & Chiapello, È. (2009). O novo espírito do capitalismo. São Paulo, SP: Martins Fontes.

Braga, J. L. (2006a). A sociedade enfrenta sua mídia: Dispositivos sociais de crítica midiática. São Paulo, SP: Paulus.

Braga, J. L. (2006b). Mediatização como processo interacional de referência. Animus, 5(10), 9-35. Recuperado de https://bit.ly/3bvdAE8

Brecht, B. (2007). O rádio como aparato de comunicação: Discurso sobre a função do rádio. Estudos Avançados, 21(60), 227-232. Recuperado de https://bit.ly/2RlRE7h

Buci-Glucksmann, C. (1980). Gramsci e o Estado. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra. (Obra original publicada em 1975)

Bylaardt, C. O. (2013). Arte engajada e arte autônoma no pensamento de Theodor Adorno. Pandaemonium Germanicum, 16(22), 84-100. doi: 10.1590/S1982-88372013000200005

Castells, M. (1999). A era da informação: Vol. 1. Economia, sociedade e cultura. São Paulo, SP: Paz e Terra.

Corrêa, D. S., & Dias, R. C. (2016). A crítica e os momentos críticos: De la justification e a guinada pragmática na sociologia francesa. Mana, 22(1), 67-99. doi: https://doi.org/10.1590/0104-93132016v22n1p067

Coutinho, C. N. (1992). Gramsci: Um estudo sobre seu pensamento político. Rio de Janeiro, RJ: Campus.

Eagleton, T. (1997). Ideologia: Uma introdução. São Paulo, SP: Boitempo.

Fausto Neto, A. (2008). Fragmentos de uma “analítica” da midiatização. MATRIZes, 1(2), 89-105. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v1i2p89-105

Ferrara, L. (2003). Epistemologia da comunicação: além do sujeito e aquém do objeto. In M. I. V. LOPES (Org.), Epistemologia da comunicação (pp. 55-67). São Paulo, SP: Loyola.

Finkelstein, S. (2008). Google, links, and popularity versus authority. In J. Turow & L. Tsui (Eds.), The hyperlinked society: Questioning connections in the Digital Age (pp. 104-120). Ann Arbor, MI: University of Michigan Press.

Frederico, C. (2007). Brecht e a “Teoria do rádio”. Estudos Avançados, 21(60), 217-226. doi: https://doi.org/10.1590/S0103-40142007000200017

Freire, P. (1977). Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra.

Fuchs, C. (2011). Como podemos definir vigilância? MATRIZes, 5(1), 109-136. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v5i1p109-136

Gillespie, T. (2018). A relevância dos algoritmos. Parágrafo, 6(1), 95-121. Recuperado de https://bit.ly/2WNxUvm

Gramsci, A. (1966). Concepção dialética da história. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.

Gramsci, A. (1968). Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.

Grohmann, R. (2017, junho). A noção de engajamento: Sentidos e armadilhas para os estudos de recepção. Trabalho apresentado no XXVI Encontro Anual da Compós, Faculdade Cásper Líbero, São Paulo, SP. Recuperado

de https://bit.ly/2JROPXm

Harvey, D. (1993). A condição pós-moderna. São Paulo, SP: Loyola.

Heller, A. (2004). O cotidiano e a história. São Paulo, SP: Paz e Terra.

Hjarvard, S. (2014). Midiatização: Conceituando a mudança social e cultural. MATRIZes, 8(1), 21-44. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v8i1p21-44

Hobsbawm, E. J. (2013). Sobre história. São Paulo, SP: Companhia das Letras.

Jurno, A. C., & DalBen, S. (2018). Questões e apontamentos para o estudo de algoritmos. Parágrafo, 6(1), 17-29. Recuperado de https://bit.ly/2yBAZGi

Kellner, D., & Kahn, R. (2015). Reconstruindo a tecnoliteracia: Uma abordagem de múltiplas literacias. Comunicação & Educação, 20(2), 57-82. doi: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9125.v20i2p57-82

Kosik, K. (1976). Dialética do concreto. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra.

Liguori, G. (2007). Roteiros para Gramsci. Rio de Janeiro, RJ: Editora UFRJ.

Lukács, G. (1974). História e consciência de classe. Porto, Portugal: Escorpião.

Mager, A. (2012). Algorithmic ideology: How capitalist society shapes search engines. Information, Communication & Society, 15(5), 769-787. doi: https://doi.org/10.1080/1369118X.2012.676056

Marx, K. (2008). Contribuição à crítica da economia política. São Paulo, SP: Expressão Popular.

Marx, K. (2009). Miséria da filosofia: Resposta à filosofia da miséria, do Sr. Proudhon. São Paulo, SP: Expressão Popular.

Marx, K. (2010). O capital: Crítica da economia política (Vol. 1). Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.

Marx, K. (2011). Grundrisse: Manuscritos econômicos de 1857-1858: Esboços da crítica da economia política. São Paulo, SP: Boitempo.

Marx, K., & Engels, F. (2012). A ideologia alemã. São Paulo, SP: Martin Claret.

Mattelart, A. (2001). História da sociedade da informação. São Paulo, SP: Loyola.

Mattelart, A., & Mattelart, M. (2006). História das teorias da comunicação (14a ed.). São Paulo, SP: Loyola.

Mattos, M. Â., Janotti, J., Jr., & Jacks, N. (Orgs). (2012). Mediação & midiatização. Salvador, BA: Edufba.

Mattos, M. Â., & Villaça, R. C. (2012). Interações midiatizadas: Desafios e perspectivas para a construção de um capital teórico. Revista Comunicação Midiática, 7(1), 22-39. Recuperado de https://bit.ly/3bw3AL9

Mészáros, I. (1993). Filosofia, ideologia e ciência social: Ensaios de negação e afirmação. São Paulo, SP: Ensaio.

Moraes, D. (2000). A hegemonia das corporações de mídia no capitalismo global. Recuperado de http://www.bocc.ubi.pt/pag/moraes-denis-hegemonia.html

Moraes, D. (2010). Comunicação, hegemonia e contra-hegemonia: A contribuição teórica de Gramsci. Revista Debates, 4(1), 54-77. doi: https://doi.org/10.22456/1982-5269.12420

Pariser, E. (2012). O filtro invisível: O que a internet está escondendo de você. Rio de Janeiro, RJ: Zahar.

Quiroga, T. (2019). Midiatização e o entendimento desonerado. InMediaciones de la Comunicación, 14(2), 79-95. doi: https://doi.org/10.18861/ic.2019.14.2.2915

Ramos, M. C. (2010, maio). Crítica a um Plano Nacional de Banda Larga: Uma perspectiva da economia política das políticas públicas. Trabalho apresentado na 4ª Conferência Acorn-Redecom, Brasília, DF.

Recuero, R. (2013, 7 de março). Engajamento x audiência no Facebook: Uma breve discussão. Recuperado de https://bit.ly/2RGQ6oQ

Santos, R. A. (2019). Práticas e discursos de engajamento: Estratégia do capitalismo. Curitiba, PR: Appris.

Sartre, J.-P. (2004). Que é a literatura? São Paulo, SP: Ática. (Obra original publicada em 1948)

Schneider, M. (2015). A dialética do gosto: Informação, música e política. Rio de Janeiro, RJ: Circuito.

Schneider, M. (2019). CCI/7: Competência crítica em informação (em 7 níveis) como dispositivo de combate à pós-verdade. In A. C. Bezerra, M. Schneider,

R. M. Pimenta, & G. S. Saldanha (Orgs.), iKritika: Estudos críticos em informação (pp. 73-116). Rio de Janeiro, RJ: Garamond.

Selmi, P. (2018, 30 de outubro). Lucro do Facebook sobe 9% no 3º trimestre, para U$ 5,1 bilhões. Valor Econômico. Recuperado de https://glo.bo/2Rns4Pr

Sodré, M. (2002). Antropológica do espelho: Uma teoria da comunicação linear e em rede. Petrópolis, RJ: Vozes.

Sodré, M. (2014). A ciência do comum: Notas para o método comunicacional. Petrópolis, RJ: Vozes.

Thompson, J. B. (2002). A mídia e a modernidade: Uma teoria social da mídia (12a ed.). Petrópolis, RJ: Vozes.

Thompson, J. B. (2018). A interação mediada na era digital. MATRIZes, 12(3), 17-44. doi: https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v12i3p17-44

Toaldo, M. M, & Rodrigues, A. I. (2015, setembro). Interação e engajamento entre marcas e consumidores/usuários no Facebook. Trabalho apresentado no XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Rio de Janeiro, RJ. Recuperado de https://bit.ly/2Kfdqpe

Williams, R. (2005). Base e superestrutura na teoria cultural marxista. Revista USP, (66), 210-224. doi: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i66p209-224

Wolf, M. (2006). Teorias da comunicação (9a ed.). Lisboa, Portugal: Presença.

Zuckerberg, M. (2019, 24 de janeiro). Um olhar sobre o modelo de negócio do Facebook. Folha de S.Paulo. Recuperado de https://bit.ly/2USfHwU

Publicado

2020-05-07

Edição

Seção

Em Pauta/Agenda

Como Citar

Dialética do engajamento: uma contribuição crítica ao conceito. (2020). MATRIZes, 14(1), 193-220. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v14i1p193-220