O JB é que era jornal de verdade

jornalismo, memórias e nostalgia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v12i3p257-276

Palavras-chave:

Jornalismo, Memória, Nostalgia, Identidade Profissional, Jornal do Brasil

Resumo

O artigo analisa depoimentos sobre o Jornal do Brasil e seu suplemento cultural, o “Caderno B”, produzidos e reproduzidos em diferentes circunstâncias ao longo de décadas. Para isso, mobilizamos o conceito de nostalgia. Trata-se de um tipo específico de memória, caracterizado por certa maneira de apropriação do passado. Esta memória nostálgica dos profissionais de imprensa que lembram nos diz do presente, do contexto atual da lembrança, do momento que vive o jornalismo brasileiro. E nos diz também do lugar ocupado pelo JB como instituição na história da imprensa, como movimento de valorização e idealização do passado, que sustenta a áurea mítica e a importância do diário para muitos profissionais que nele trabalharam. A análise aponta que o que se valoriza no passado é um modo de fazer jornalismo, ancorado numa série de preceitos e valores hoje postos em xeque.

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Biografia do Autor

  • Ana Paula Goulart Ribeiro, Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola de Comunicação

    Mestra (1995) e doutora (2000) em Comunicação e Cultura na Universidade Federal do Rio de Janeiro, é professora da Escola de Comunicação da UFRJ, onde coordenou o curso de jornalismo (2004-2007) e o Programa de Pós-Graduação (2013-2014). É autora do livro "Imprensa e história no Rio de Janeiro dos anos 50". Organizou diversas coletâneas, como "Mídia e Memória" (com Lúcia Ferreira), "Comunicação e História" (com Micael Herschmann), "Mikhail Bakhtin: linguagem, cultura e mídia" (com Igor Sacramento) e "História da Televisão no Brasil" (com Igor Sacramento e Marco Roxo). Coordena o projeto Memória do Jornalismo Brasileiro e desenvolve as pesquisas "História da mídia e itinerância das imagens" (Capes) e "Mídia, Memória e Amnésia: o jornalismo e a cultura da nostalgia no mundo contemporâneo" (CNPq).

    O ‘JB’ é que era jornal de verdade: jornalismo, memórias e nostalgia

  • Itala Maduell Vieira, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

    Professora de Jornalismo no Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio; mestra em Comunicação e Cultura pela UFRJ, com dissertação defendida em 2016 (bolsa CNPq); e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da PUC-Rio. Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Projetos em Comunicação (Nepcom) da UFRJ, atuando no projeto Memória do Jornalismo Brasileiro, e do grupo Imprensa e Circulação de Ideias: o papel dos periódicos nos séculos XIX e XX, da Fundação Casa de Rui Barbosa.

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Publicado

2018-12-26

Edição

Seção

Em Pauta/Agenda

Como Citar

O JB é que era jornal de verdade: jornalismo, memórias e nostalgia. (2018). MATRIZes, 12(3), 257-276. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v12i3p257-276