Trajetória de luta

estudos pioneiros sobre classe social no campo da comunicação

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v12i3p215-235

Palavras-chave:

Classe social, Campo da comunicação, Epistemologia, Pesquisa em comunicação, Luta de Classes

Resumo

O artigo discute como o conceito de classe social foi trabalhado na pesquisa em comunicação nas décadas de 1970 e 1980, buscando evidenciar uma trajetória do conceito a partir de estudos considerados pioneiros. O foco esteve na pesquisa brasileira, procurando observar sentidos teóricos e epistemológicos e suas potencialidades e limites. Em geral, as pesquisas eram próximas à economia política da comunicação, ao marxismo e à comunicação popular. Há também outras mais ligadas aos estudos culturais e de recepção, que ressaltam questões simbólicas e relações de sujeitos de diferentes classes com as mídias. Além dessas, também foram encontradas pesquisas enfocando jornalismo e relações públicas. Ao traçar essa trajetória, mostramos a pertinência de estudar as classes e suas lutas na comunicação.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Rafael Grohmann, Universidade de São Paulo. Escola de Comunicações e Artes

    Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Líbero e Professor Contratado III da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Doutor em Ciências da Comunicação pela ECA-USP. Realiza estágio pós-doutoral na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Referências

A SOCIOLOGIA é um esporte de combate: Pierre Bourdieu. Direção: Pierre Carles. Produção: Véronique Fregosi e Annie Gonzalez. C-P Productions: Montpelier 2001. 146min.

BERNSTEIN, B. Language and social class. British Journal of Sociology, London, v. 11, n. 3, p. 271-276, Sep. 1960. DOI: https://doi.org/10.2307/586750

BOLAÑO, C. Indústria cultural, informação e capitalismo. São Paulo: Hucitec, 2000.

BOSI, E. Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias. Petrópolis: Vozes, 1978.

BOURDIEU, P. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 1990.

CEVASCO, M. E. Dez lições sobre estudos culturais. São Paulo: Boitempo, 2003.

DORFMAN, A.; MATTELART, A. Para leer al Pato Donald. Buenos Aires: Siglo XXI, 1972.

DURKHEIM, E. Da divisão do trabalho social. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

DYER-WITHEFORD, N. Cyber-proletariat: global labour in the digital vortex. London: Pluto, 2015.

EAGLETON, T. Marx estava certo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.

ESCOSTEGUY, A. C. D. Cartografia dos estudos culturais: uma versão latino¬-americana. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

EUBANKS, V. Automating inequality: how high-tech tools profile, police, and punish the poor. New York: St. Martin’s, 2018.

FERREIRA, M. N. Imprensa operária no Brasil: 1880-1920. São Paulo: Ática, 1988.

FESTA, R.; SILVA, C. E. L. (Orgs.). Comunicação popular e alternativa no Brasil. São Paulo: Paulinas, 1986.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970.

FUCHS, C. Social media: a critical introduction. 2. ed. London: Routledge, 2017.

GARHAM, N. Political economy and cultural studies: reconciliation or divorce? Critical Studies in Mass Communication, Washington, v. 12, n. 1, p. 60-71, 1995. DOI: https://doi.org/10.1080/15295039509366919

GENRO FILHO, A. O segredo da pirâmide: para uma teoria marxista do jorna¬lismo. Porto Alegre: Tchê!, 1987.

GROHMANN, R.; FÍGARO, R. O conceito de classe social em estudos de re¬cepção brasileiros. Animus, Santa Maria, v. 13, n. 25, p. 57-70, 2014. DOI: https://dx.doi.org/10.5902/2175497715775

GROHMANN, R. As classes sociais na comunicação: sentidos teóricos do conceito, 2016, 365 f. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.

GROHMANN, R. As classes sociais ainda importam para a recepção? Uma análise de teses e dissertações (2010-2014). Contracampo, Niterói, v. 36, n. 1, 2017. DOI: https://dx.doi.org/10.22409/contracampo.v36i1.970

GROSSBERG, L. Cultural Studies vs. Political Economy: is anybody else bored with this debate? Critical Studies in Mass Communication, Washington, v. 12, n. 1, p. 72-81, 1995. DOI: https://doi.org/10.1080/15295039509366920

GROSSBERG, L. Estudios culturales en tiempo futuro. Buenos Aires: Siglo XXI, 2012.

HALL, S. Codificação/Decodificação. In: ______. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003. p. 365-384.

HALL, S. et al. Policing the crisis: mugging, the State, and law and order. London: Macmillam, 1978.

HALL, S.; JEFFERSON, T (Eds.). Rituales de resistencia: subculturas juveniles en la Gran Bretaña de Postguerra. Madrid: Traficantes de Sueños, 2014.

HOGGART, R. As utilizações da cultura: aspectos da vida cultural da classe trabalhadora. v. 1. Lisboa: Presença, 1973.

HUWS, U. Labor in the global digital economy: the cybertariat comes of age. New York: Monthly Review, 2014.

JACKS, N. et al. (Orgs.). Meios e audiências: a emergência dos estudos de re¬cepção no Brasil. Porto Alegre: Sulina, 2008.

JACKS, N.; WOTTRICH, L. H. O legado de Stuart Hall para os estudos de re¬cepção no Brasil. MATRIZes, São Paulo, v. 10, n. 3, p. 159-172, 2016. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v10i3p159-172

LEAL, O. F. A leitura social da novela das oito. Petrópolis: Vozes, 1985.

LOPES, M. I. V. O rádio dos pobres: comunicação de massa, ideologia e margi-nalidade social. São Paulo: Loyola, 1988.

LOPES, M. I. V. Pesquisa em comunicação: formulação de um modelo metodológico. 8. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005.

LOPES, M. I. V.; BORELLI, S.; RESENDE, V. Vivendo com a telenovela: media¬ções, recepção, teleficcionalidade. São Paulo: Sumus, 2002.

MARQUES DE MELO, J. (Org.). Comunicação e classes subalternas. São Paulo: Cortez, 1980.

MARTÍN-BARBERO, J. Dos meios às mediações. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1995.

MARTINO, L. M. S.; MARQUES, A. Afetividade do conhecimento na episte¬mologia: a subjetividade das escolhas na pesquisa em Comunicação. In: ENCONTRO DA COMPÓS, 26., 2017, São Paulo. Anais… São Paulo: Compós, 2017.

MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007.

MATTELART, A. Introduction: for a class analysis of communication. In: MATTELART, A.; SIEGELAUB, S. (Orgs.). Communication and class struggle. New York: International General, 1979. p. 23-72. v. 1.

MATTELART, A.; NÉVEU, E. Introdução aos estudos culturais. São Paulo: Parábola, 2004.

MATTELART, A.; SIEGELAUB, S. (Orgs.). Communication and class struggle. New York: International General, 1979. v. 1.

MICELI, S. A noite da madrinha. São Paulo: Perspectiva, 1972.

MILNER, A. Class. London: Sage, 1999.

MORLEY, D. The Nationwide audience: structure and decoding. London: BFI, 1980.

MORLEY, D. Television, audiences and cultural studies. London: Routledge, 1992.

MURDOCK, G. Comunicação contemporânea e questões de classe. MATRIZes, São Paulo, v. 2 n. 2, p. 31-56, 2009. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v2i2p31-56

ORTIZ, R. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1988.

PARKIN, F. Class, inequality and political order: class inequality and political stratification in capitalist and communist societies. London: MacGibbon & Kee, 1971.

PARKIN, F. Marxism and class theory: a bourgeois critique. New York: Columbia University Press, 1979.

PERUZZO, C. K. Relações públicas no modo de produção capitalista. São Paulo: Summus, 1986.

PONTES, F. S. Adelmo Genro Filho e a teoria do jornalismo. Florianópolis: Insular, 2015.

REBECHI, C. N. Prescrições de comunicação e racionalização do trabalho: os ditames de relações públicas em diálogo com o discurso do IDORT (anos 1930-1960). 2014. 351 f. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.

SIEGELAUB, S. A communication on communication. In: MATTELART, A.; SIEGELAUB, S. (Orgs.). Communication and class struggle. New York: International General, 1979. p. 11-22. v. 1.

SILVA, C. E. L. Muito além do Jardim Botânico. São Paulo: Summus, 1985.

SILVA, C. E. L. As brechas da indústria cultural brasileira. In: FESTA, R.; SILVA, C. E. L. (Orgs.). Comunicação popular e alternativa no Brasil. São Paulo: Paulinas, 1986.

SODRÉ, M. A ciência do comum: notas para o método comunicacional. Petrópolis: Vozes, 2014.

THOMPSON, E. P. A miséria da teoria ou um planetário de erros: uma crítica ao pensamento de Althusser. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.

THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa: a árvore da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. v. 1.

TILBURG, J. L. A televisão e o mundo do trabalho. São Paulo: Paulinas, 1990.

VIÁ, S. C. Televisão e consciência de classe: o trabalhador têxtil em face dos meios de comunicação em massa. Petrópolis: Vozes, 1977.

WILLIAMS, R. Marxismo e literatura. Rio de Janeiro: Zahar, 1979.

WILLIAMS, R. Televisão: tecnologia e forma cultural. São Paulo: Boitempo, 2016.

Publicado

2018-12-26

Edição

Seção

Em Pauta/Agenda

Como Citar

Grohmann, R. (2018). Trajetória de luta: estudos pioneiros sobre classe social no campo da comunicação. MATRIZes, 12(3), 215-235. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v12i3p215-235