Arte e governo da vida: capital humano e invenção de si nos circuitos artísticos e culturais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v13i3p205-228

Palavras-chave:

Arte, Cultura, Invenção de si, Biopolítica

Resumo

O artigo discorre sobre o trabalho artístico a partir dos conceitos de invenção de si e governamentalidade, analisados por Foucault, Veyne e Bennett. Nas racionalidades liberais, a vida é tomada como campo de governo e como capital. O artista investe sua vida, suas percepções e afetos na criação das obras. Mas esse interesse também pode conduzir a políticas identitárias. Para evitar que o campo se fragmente, as artes devem ser compreendidas, em suas relações de força e contingências históricas, como bens públicos e comuns, que manifestam, mais do que um capital, a potência humana de invenção. Contudo, transformar hábitos culturais é tarefa de longo prazo, que envolve o Estado, a iniciativa privada e a sociedade civil.

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Biografia do Autor

  • Sharine Machado Cabral Melo, Fundação Nacional de Artes - São Paulo

    Doutora em Comunicação e Semiótica (PUC-SP), Administradora Cultural na Funarte São Paulo.

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Publicado

2019-12-26

Edição

Seção

Em Pauta/Agenda

Como Citar

Melo, S. M. C. (2019). Arte e governo da vida: capital humano e invenção de si nos circuitos artísticos e culturais. MATRIZes, 13(3), 205-228. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v13i3p205-228