NAS ENTRELINHAS DO CORPO: A ELABORAÇÃO DA AIDS EM À L’AMI QUI NE M’A PAS SAUVÉ LA VIE, DE HERVÉ GUIBERT, E “CARTAS PARA ALÉM DO MURO”, DE CAIO FERNANDO ABREU

Autores

  • Guilherme Fernandes Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v4i8p109-125

Resumo

A partir de um estudo comparado dos textos À l’ami qui ne m’a pas sauvé la vie, de Hervé Guibert, e “Cartas para além do muro”, de Caio Fernando Abreu, este artigo tem por objetivo analisar a maneira segundo a qual esses autores elaboraram, através de seus textos literários, a experiência do corpo que passaram a vivenciaram quando da descoberta de que estavam com AIDS. Seus textos apontam para um movimento de elaboração estética do corpo, fazendo da escritura um instrumento fundamental para refletir sobre suas condições de soropositividade em um período (fim da década de 1980 e início da década de 1990) em que o conhecimento acerca da enfermidade era limitado, ao passo em que o preconceito em torno das formas de contágio e da vida sexual dos portadores do vírus HIV era ainda mais notório do que atualmente. Dessa forma, a base teórica deste estudo será pautada por autores que abordarem questões referentes ao corpo, poder, linguagem e identidade, como Michel Foucault, Susan Sontag e Judith Butler.

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Biografia do Autor

  • Guilherme Fernandes, Universidade de São Paulo
    Mestrando no programa de Estudos Linguístico, Literários e Tradutológicos em Francês da Universidade de Sáo Paulo

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Publicado

2016-02-08

Edição

Seção

ESTUDOS LITERÁRIOS

Como Citar

Fernandes, G. (2016). NAS ENTRELINHAS DO CORPO: A ELABORAÇÃO DA AIDS EM À L’AMI QUI NE M’A PAS SAUVÉ LA VIE, DE HERVÉ GUIBERT, E “CARTAS PARA ALÉM DO MURO”, DE CAIO FERNANDO ABREU. Non Plus, 4(8), 109-125. https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v4i8p109-125