J’accuse como fato literário: uma leitura da carta aberta de Émile Zola

Autores

  • Milene Suzano de Almeida Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v6i12p71-89

Palavras-chave:

Estilística, J’accuse, Imprensa, Émile Zola, Carta aberta

Resumo

A partir da metodologia de análise de Leo Spitzer, o presente texto busca colocar em movimento os elementos literários da carta J’accuse, escrita por Émile Zola, em janeiro de 1898. A enorme repercussão da carta na época tem sido constantemente associada à influência da imprensa de massa e aos recursos retóricos tão habilmente utilizados por Zola. Mas, além dos elementos persuasivos e do fator imprensa, a personificação das figuras reais e a adjetivação polarizante dos personagens reais são, em grande medida, frutos de construções literárias. A partir destes dois elementos (adjetivação e personificação), o objetivo do texto é propor uma análise de trechos da carta, dos textos de polêmica de Zola e de seus romances nos quais se manifesta semelhante procedimento.

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Biografia do Autor

  • Milene Suzano de Almeida, Universidade de São Paulo

    Possui mestrado na área de estudos da recepção pela Universidade de Campinas e doutorado em Literatura Comparada França-Brasil pela Universidade de São Paulo. Atualmente, faz pós-doc em Literatura Brasileira na Unicamp.

Referências

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Publicado

2017-12-31

Como Citar

Almeida, M. S. de. (2017). J’accuse como fato literário: uma leitura da carta aberta de Émile Zola. Non Plus, 6(12), 71-89. https://doi.org/10.11606/issn.2316-3976.v6i12p71-89