Do apelo comercial ao pano de fundo da ação

as primeiras funções da cor no cinema

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2018.146396

Palavras-chave:

Cores, Primeiro cinema, Narrativa

Resumo

Neste artigo será discutido como a ideia de apelo sensório impulsionou a adoção da cor nos primeiros cinemas, especialmente em face da pressão econômica forjada pelo advento da televisão. Também serão analisadas, de forma sucinta, as primeiras tentativas de colorização (tintagens; viragens; estêncil; sistemas de duas cores, como o Kinemacolor), em cujo seio se encontrava uma disputa tecnológica entre a Europa e os EUA; a resistência dos cineastas ao emprego da cor; o triunfo do Technicolor e sua ruína; o domínio do Eastmancolor. Em seguida, comenta-se a “virada” narrativa que impeliu a função de contar histórias ao cinema, tomando o lugar das atrações como mote principal das produções. Por fim, a passagem da cor de aspecto extrínseco e comercial para função narrativa de “pano de fundo” da ação.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Wanderley Anchieta, Universidade Federal Fluminense (UFF)

    Doutorando e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense. Desenvolve pesquisas sobre visualidade, atenção e fabulação narrativa, ademais de atmosferas e cores em games e no audiovisual, membro do grupo grupo de pesquisa GRAFO/NAVI (UFF/CNPq).

Referências

…E O VENTO levou. Produção de David O. Selznick. Direção de Victor Fleming. EUA: Selznick International Pictures, 1939.

ALLOA, E. Iconic turn: a plea for three turns of the screw. In: Culture, Theory and Critique, Abingdon, 1 set. 2015. Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2015.

ANDREW, D. Cognitivism: quests and questionings. Iris: a Journal of Theory on Image and Sound, Iowa City, n. 9, p. 1-10, 1989.

AS DUAS faces da felicidade. Direção de Agnés Varda. França: Cult Classic, 1965.

BARTHES, R. A câmara clara: notas sobre fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

BARTHOLOMEW, R. L. A survey of the emotional effects of color, and their application in the cinema to enhance dramatic values. 1950. Dissertação (Mestrado em Audiovisual) – University of Southern California, Los Angeles, 1950.

BORDWELL, D.; THOMPSON, K.; SMITH, J. Film art: an introduction. New York: McGraw-Hill, 2010.

BROST, L. Color moves: diacritical, kinetic, and rhetorical cinema color. 2011. Tese (Doutorado em Audiovisual) – University of California, Los Angeles, 2011. Disponível em: <https://bit.ly/2CFhUEf>. Acesso em: 7 abr. 2015.

BUSCOMBE, E. Sound and color. Jump Cut, Eugene, n. 17, p. 23-25, 1978. Disponível em: <https://bit.ly/2QZ2xJT>. Acesso em: 10 nov. 2013.

CHATMAN, S. Coming to terms: the rhetoric of narrative in fiction and film. Ithaca: Cornell University Press, 1990.

CRARY, J. Técnicas do observador: visão e modernidade no século XIX. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

EVERETT, W. (Org.). Questions of colour in cinema: from paintbrush to pixel. Berna: Peter Lang Publishing, 2007.

FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2014.

GAGE, J. Color and meaning: art, science and symbolism. Los Angeles: University of California Press, 1999.

GAUDREAULT, A. From Plato to Lumière: narration and monstration in literature and cinema. Toronto: University of Toronto Press, 2009.

GIL, R.; LAMPE, R. The adoption of new technologies: understanding Hollywood’s (slow) conversion to color, 1940-70. SSRN, Amsterdã, 29 abr. 2014. Disponível em: <https://bit.ly/2J1PdBF>. Acesso em: 7 out. 2016.

GOMERY, D.; PAFORT-OVERDUIN, C. Movie history: a survey. New York: Routledge, 2011.

GUNNING, T. Attractions: how they came into the world. In: STRAUVEN, W. The cinema of attractions reloaded. Amsterdam: Amsterdam University Press, 2006.

HANSSEN, E. Early discourses on colour and cinema: origins, functions, meanings. Estocolmo: Almqvist & Wiksell, 2006.

HELLER, E. A psicologia das cores: como as cores afetam a emoção e a razão. São Paulo: GG Brasil, 2014. Disponível em: . Acesso em: 15 dez. 2016.

HÉRCULES, L. C. Sob o domínio da cor: análise dos filmes Pierrot le fou e Le bonheur. 2013. Dissertação (Mestrado em Audiovisual) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em: <http://goo.gl/31RDLX>. Acesso em: 7 abr. 2015.

______. Sob o domínio da cor: cinema e pintura em Le Bonheur (1965) de Agnés Varda. O Mosaico, Curitiba, n. 6, p. 67-77, 2014. Disponível em: <https://bit.ly/2A5mpoT>. Acesso em: 10 jul. 2015.

HERWICK, E. B. How MIT and Technicolor helped create Hollywood. WGBH, Boston, 31 jul. 2015. Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2016.

HIGGINS, S. Harnessing the technicolor rainbow: color design in the 1930s. Austin: University of Texas Press, 2007.

JACKSON, V. Reviving the lost experience of Kinemacolor: David Cleveland and Brian Pritchard. Journal of British Cinema and Television, Edimburgo, v. 7, 2010. Disponível em: <https://goo.gl/oIRjs4>. Acesso em: 20 maio 2015.

KALMUS, N. M. Color consciousness. Journal of the Society of Motion Picture Engineers, [S.l.], v. 25, n. 2, 1935. Disponível em: . Acesso em: 22 mar. 2014.

KEIL, C. Integrated attractions: style and spectatorship in transitional cinema world. In: STRAUVEN, W. The cinema of attractions reloaded. Amsterdam: Amsterdam University Press, 2006.

KRESS, G.; LEEUWEN, T. Reading images: the grammar of visual design. New York: Routledge, 2006.

LA DANSE du feu. Direção de Georges Méliès. França: Star Films, 1899.

LEV, P. The fifties: transforming the screen 1950-59. New York: Charles Scribner’s Sons, 2003.

LURIE, P. Faulkner’s literary historiography: color, photography, and the accessible past. Philological Quarterly, Iowa City, v. 90, n. 2-3, p. 229-253, 2012. Disponível em: <http://goo.gl/WckFDa>. Acesso em: 1º fev. 2015.

MACHADO, A. Pré-cinemas & pós-cinemas. São Paulo: Papirus, 2014. Versão digital.

MISEK, R. Chromatic cinema: a history of screen color. Londres: Wiley-Blackwell, 2010.

MURCH, W. In the blink of an eye. Los Angeles: Simon-James Press, 2001.

PEDROSA, I. O universo da cor. Rio de Janeiro: Senac, 2012.

RIZZO, M. The art direction handbook for film. Oxford: Focal Press, 2005.

SILLY symphony. Direção de Walt Disney. Burbank: Walt Disney Productions, 1929-1939.

SOARES, N. C. Técnicas de colorização de filmes silenciosos, seus usos e o emprego da cor em três filmes silenciosos brasileiros. In: JORNADA DISCENTE DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEIOS E PROCESSOS AUDIOVISUAIS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 3., 2012, São Paulo. Anais… São Paulo: PPGMPA, 2012.

TAUSSIG, M. What color is the sacred? Chicago: University of Chicago Press, 2009.

THOMPSON, K. The formulation of the classical style, 1909-28. In: BORDWELL, D.; STAIGER, J.; THOMPSON, K. The Classical Hollywood Cinema: film style & mode of production to 1960. London: Routledge, 2005.

USAI, P. C. The Color of Nitrate. Some Factual Observations on Tinting and Toning Manuals for Silent Films. In: ABEL, Richard (Org.). Silent Film. Nova Brunswick: Rutgers University Press, 1996.

______. Silent Cinema. London: BFI, 2000.

XAVIER, I. (Org.). A experiência do cinema: antologia. Rio de Janeiro: Graal, 1983.

YUMIBE, J. Moving color: an aesthetic history of applied color technologies in silent cinema. 2007. Tese (Doutorado em Audiovisual) – Universidade de Chicago, Chicago, 2007.

Downloads

Publicado

2018-12-10

Edição

Seção

ARTIGOS

Como Citar

Do apelo comercial ao pano de fundo da ação: as primeiras funções da cor no cinema. (2018). Novos Olhares, 7(2), 23-37. https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2018.146396