O cotidiano como transformação na teoria e no cinema letrista

Autores

  • Fábio Uchôa Universidade Anhembi Morumbi

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2020.167293

Palavras-chave:

Vanguarda, Letrismo, Vida cotidiana

Resumo

Entre 1947 e 1962, alguns dos escritos e filmes letristas sugerem uma atenção subjacente à vida cotidiana, incluindo diálogos com debates contemporâneos sobre o tema. O objetivo deste artigo é identificar indícios de uma teoria do cotidiano na vanguarda letrista, a partir de escritos teóricos, literários e filmes. Por hipótese, acredita-se em diálogos especialmente com Henri Lefebvre, tomando-se a intervenção no cotidiano como exercício transformador – ação que no letrismo tem a sala de projeção como espaço-foco. Para tanto, parte-se do mapeamento de teorias da vida cotidiana nos anos 1940-60 e sua comparação com a teoria letrista, para um posterior cotejo com a produção escrita e cinematográfica do grupo. São assim analisados três estratos artísticos: os artigos da revista ION v.1 (1952), os contos “Le mobile” e “Vers une salle de cinéma”, além dos filmes Traité de Bave… (1951) e Un soir au cinéma (1962).

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Biografia do Autor

  • Fábio Uchôa, Universidade Anhembi Morumbi

    Doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Docente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi
    (UAM) e coordenador do grupo de pesquisas CineArte (UAM). Autor do livro Ozualdo Candeias e o cinema de sua época (1967-84) (Alameda, 2019) e coorganizador de Cinema, estilo e análise fílmica (Appris, 2020).

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Publicado

2020-12-12

Edição

Seção

ARTIGOS

Como Citar

O cotidiano como transformação na teoria e no cinema letrista. (2020). Novos Olhares, 9(2), 53-67. https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2020.167293