Marielle gigante: a narrativa de um crime político no Jornal Nacional da TV Globo
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2022.192079Palavras-chave:
Telejornalismo, Narrativa, Análise televisual, Jornal Nacional, Marielle FrancoResumo
Este artigo busca realizar uma análise televisual da narrativa do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, tomando como corpus 15 edições do telejornal líder de audiência no país, o Jornal Nacional, da Rede Globo de Televisão, no mês de março de 2018. No percurso narrativo, o telejornal construiu a imagem de uma “Marielle gigante”, transformando a vereadora em uma heroína e distanciando-a do mundo real. Constatou-se que a construção narrativa do acontecimento teve a dupla função de estreitar vínculos com parcelas da audiência e de resgatar o papel de mediação do telejornalismo. Contudo, até a data da morte, a emissora não havia concedido espaço para a vereadora e sua atuação política no Rio, assim como reproduziu o silenciamento de sujeitos defendidos pela parlamentar.
Downloads
Referências
Bakhtin, M. (1997). Estética da criação verbal. Martins Fontes.
Becker, B. (2012). Mídia e jornalismo como formas de conhecimento: Uma metodologia para leitura crítica das narrativas jornalísticas audiovisuais. MATRIZes, 5(2), 231-250. https://doi.org/10.11606/issn.1982-8160.v5i2p231-250
Becker, B. (2019). Análise televisual convergente: Um procedimento metodológico para leitura crítica dos processos comunicativos de telejornais e programas televisivos. Galáxia, (42), 69-81. https://doi.org/10.1590/1982-25532019339781
Berger, P. L., & Luckmann, T. (2012). A construção social da realidade: Tratado de sociologia do conhecimento. Vozes.
Bertoni, C. (2018). Marielle Franco: Análise cultural da produção de sentido das reportagens do Jornal Nacional e Fasntástico [Trabalho de conclusão de curso, Universidade Federal de Uberlândia]. Repositório institucional da UFU. https://bit.ly/3Fu3ynu
Bruns, A. (2011). Gatekeeping, gatewatching, realimentação em tempo real: Novos desafios para o jornalismo. Brazilian Journalism Research, 7(2), 119-140. https://doi.org/10.25200/BJR.v7n2.2011.342
Chagas, L. J. V. (2019). Entre fontes e jornalistas: A seleção das vozes na construção das notícias na BandNews e na CBN [Tese de doutorado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro]. Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Uerj. https://bit.ly/3w6p3GU
Charaudeau, P. (2006). Discurso das mídias. Contexto.
Coutinho, I., & Marino, C. (2019). Um oceano de silêncio: Análise das representações sociais de gênero no telejornalismo brasileiro. Contracampo, 28(2), 8-22. https://doi.org/10.22409/contracampo.v38i2.28446
Fechine, Y. (2013). Televisão, digitalização e produção de conteúdos: A importância dos gêneros. In L. Seixas & N. F. Pinheiro (Orgs.), Gêneros: Um diálogo entre comunicação e linguística (pp. 195-217). Insular.
Grupo de Mídia São Paulo. (2019). Mídia dados 2019. https://bit.ly/3w8NaEO
História. (2022). Memória Globo. http://glo.bo/3sEJ4DB
Jakobson, R. (2010). Linguística e comunicação. Cultrix.
Jost, F. (2009). O que significa falar de “realidade” para a televisão? In I. M. M. Gomes (Org.), Televisão e realidade (pp. 13-30). UFBA.
Machado. A. (2003). A televisão levada a sério. Senac.
Magalhães, H. G. D., Silva, L. H. O., & Batista, D. J. (2007). Do herói ficcional ao herói político. Ciências & Cognição, 12, 18-30.
Morte de Marielle Franco mobiliza mais de 1,16 milhão de menções no Twitter, aponta levantamento da FGV DAPP. (2018). FGV Dapp. https://bit.ly/3sirxAB
No Facebook, 75% das reações à morte de Marielle Franco destacam luto. (2018). FGV Dapp. https://bit.ly/3kJ3iHT
Oliveira, W. J. Análise do discurso do Jornal Nacional: Um estudo de caso de como o negro brasileiro é apresentado no telejornal [Trabalho de Conclusão de Curso, Centro Universitário Tabosa de Almeida] Repositório institucional Unita. https://bit.ly/3wcqpzW
Princípios editoriais do Grupo Globo. (2011). G1. http://glo.bo/3ylGvKg
Santos, M. S., & Bandeira, J. S. (2019, 29 e 30 de outubro). Quem foi a Marielle Franco noticiada no Jornal Nacional? Uma análise da cobertura do telejornal sobre o assassinato da vereadora [Apresentação de trabalho]. XI Encontro Internacional de Produção Científica, Maringá, PR, Brasil. https://bit.ly/3FrqPXj
Vizeu, A. (2005). O lado oculto do telejornalismo. Calandra.
Vizeu, A. (2009). O telejornalismo como lugar de referência e a função pedagógica. Famecos, 16(40), 77-83. https://doi.org/10.15448/1980-3729.2009.40.6321
Williams, R. (2016). Televisão: Tecnologia e forma cultural. Ed. PUC-Minas.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Lise Chiara, Marcelo Kischinhevsky
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Proposta de Aviso de Direito Autoral Creative Commons
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
