Repulsa visceral ao terror mutilado: Halloween, adequado à classificação indicativa

Autores

  • Ivan Paganotti Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura da Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2016.121920

Palavras-chave:

Cinema, Horror, Censura, Liberdade de expressão, Classificação indicativa

Resumo

Para adequar-se a uma faixa etária da audiência mais jovem, os distribuidores brasileiros do filme de terror Halloween – O início (2007) excluíram 26 minutos do longa-metragem – quase um quarto de sua extensão original. A partir do inusitado reposicionamento da classificação estatal na crítica aos cortes, este artigo analisa como as cenas cortadas comprometem a obra, considerando que a violência é o cerne de “slasher films” e não pode ser descartada como excesso pela autocensura. Este texto também critica o modelo de cortes promovidos por produtores privados e induzido pela classificação indicativa governamental, sugerindo um novo mecanismo para apresentar maior transparência ao processo que foi considerado como uma prática inconstitucional de censura pelo Supremo Tribunal Federal.

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Biografia do Autor

  • Ivan Paganotti, Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura da Universidade de São Paulo
    Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP), realizou doutorado-sanduíche sobre regulação midiática no Centro de Estudos Comunicação e Sociedade da Universidade do Minho (Portugal), com bolsa Capes/PDSE. Professor nos cursos de pós-graduação lato sensu do Digicorp da Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP) e da Universidade Anhembi Morumbi, é membro do Observatório de Comunicação, Liberdade de Expressão e Censura (Obcom-USP) e do Grupo de Estudos de Linguagem: Práticas Midiáticas (MidiAto/ECA-USP).

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Publicado

2016-12-08

Edição

Seção

ARTIGOS

Como Citar

Repulsa visceral ao terror mutilado: Halloween, adequado à classificação indicativa. (2016). Novos Olhares, 5(2), 74-85. https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2016.121920