Quando o funk ostentação performa (re)existência: reflexões polissêmicas sobre contextos fronteiriços e experiências bastardizadas

Autores

  • Aline da Silva Borges Rezende Escola Superior de Propaganda e Marketing

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2017.131887

Palavras-chave:

Resistência, Consumo, Narrativas Midiáticas, Funk Ostentação, Criança.

Resumo

Este artigo busca problematizar e refletir sobre a noção de resistência na contemporaneidade, tendo em vista os circuitos culturais e contextos específicos de recepção do gênero musical do funk ostentação. Interessa-nos, neste percurso, explorar os agenciamentos e as potenciais formas de resistência articuladas pelos jovens periféricos que protagonizam esse circuito musical, bem como os modos de (re)existência mobilizados a partir do consumo das narrativas midiáticas da ostentação entre um grupo de crianças, moradoras da maior favela sobre palafitas do país. Valendo-se dos aportes teóricos dos estudos culturais, em confluência com as categorias conceituais de culturas bastardas, narrativas midiáticas e performatividade, corroboramos a construção de uma abordagem polissêmica sobre o fator resistência, sobretudo no tocante às manifestações do popular-periférico contemporâneo.

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Biografia do Autor

  • Aline da Silva Borges Rezende, Escola Superior de Propaganda e Marketing

    Mestre em Comunicação e Práticas de Consumo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM/SP. Participa do Grupo de Trabalho Infâncias e Juventudes: cultura, comunicação e política, do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso). Integra o Grupo de Pesquisa Juvenália – Culturas juvenis: comunicação, imagem, política e consumo, vinculado ao CNPq no Brasil.

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Publicado

2017-12-22

Edição

Seção

ARTIGOS

Como Citar

Quando o funk ostentação performa (re)existência: reflexões polissêmicas sobre contextos fronteiriços e experiências bastardizadas. (2017). Novos Olhares, 6(2), 135-147. https://doi.org/10.11606/issn.2238-7714.no.2017.131887