A República Mundial das Letras, de Pascale Casanova, lida no Brasil e na França: nacionalidade e terminologia

Autores

  • Lohanna Machado Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2018.147502

Palavras-chave:

A República Mundial das Letras, Pascale Casanova, Literatura Mundial, Literatura periférica, nacionalidade

Resumo

Nesse artigo estudei a recepção do livro A República Mundial das Letras, de Pascale Casanova, expressa em artigos publicados em francês e em português desde seu lançamento (1999) até o ano da realização da pesquisa, em 2017. Procurava com isso investigar, dada a natureza da obra que se pretende uma “arma crítica para os excêntricos”, quais as diferenças e semelhanças na sua leitura crítica no Brasil, cuja literatura é considerada periférica, e na França, cuja Paris é tradicionalmente considerada capital das artes. A pesquisa confirma a hipótese de que essa obra de Casanova é melhor apreciada pelas “pequenas literaturas”. Concluo que o grupo brasileiro junto à parcela periférica do grupo francófono se apropria dessa arma crítica para pensar sua posição marginal, enquanto o grupo francês originário da França se volta, de maneira geral, a questões de ordem terminológica.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Lohanna Machado, Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas

    Doutoranda em Literatura Brasileira pela USP desenvolvendo o projeto que leva o título provisório de "Recepção e difusão da literatura brasileira fora do Brasil hoje: diagnóstico e crítica" sob orientação de Jefferson Agostini Mello. Mestre em Estudos Literários pela UFPR. Dissertação "O pobre-diabo na literatura brasileira: de José Paulo Paes a Chico Lopes" defendida em junho/2016 e orientada por Patrícia Cardoso.
    Bacharela em Estudos Literários/Francês pela UFPR. Monografia 'Inspiração machadiana, ironia e ardis implícitos à narrativa memorialista de 'Leite derramado', de Chico Buarque' defendida em 12/2013 e orientada por Sandra Stroparo. Licenciada em Letras/Português pela UFPR, orientada por Fernando Cerisara Gil. Três anos de iniciação científica sob orientação de Rejane Pivetta (indústria cultural) e Fernando Gil (formação do romance brasileiro). Membro da Comissão Editorial da revista Opiniães (B5)
    Parecerista na revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (B3) e na revista Versalete (B4). Pesquisas e publicações nos seguintes temas: recepção da literatura brasileira fora do Brasil; indústria cultural; relações de poder entre centro e margem; pobres-diabos; memória; ironia; estigma; identidade; prosa brasileira do século XIX aos contemporâneos.

Referências

AL-MATARY, S., WILFERT-PORTAL, B. Comment écrire une histoire mondiale de la littérature ?, Lectures, Les notes critiques, 2013.

ÁVILA, M. O diário e a diáspora. IPOTESI, Juiz de Fora, v. 15, n. 1, p. 235-240, jan./jun. 2011.

BAPTISTA, A. B. Ideia de Literatura Brasileira com propósito cosmopolita. Revista brasileira de literatura comparada, n. 15, 2009, p. 61-87.

BARROS, A. Percursos do Brasil na geografia literária mundial: um estudo da recepção internacional da obra de Machado de Assis no séc. XX. XI Congresso Internacional da ABRALIC: Tessituras, Interações, Convergências - 13 a 17 de julho de 2008 - USP – São Paulo, Brasil.

BESSIÈRES, V. Le péplum, et après ? L’Antiquité dans les récits postmodernes. Anabases, 16 | 2012.

BORDINI, M. I. Recepção internacional de Machado de Assis: um debate em torno da disjuntiva local vs. universal. Em Tese, Belo Horizonte, v. 21, n. 1, jan.-abr. 2015, p. 101-115.

BOSAK, J. A república mundial das roupas e a modernidade de Machado de Assis. Revista Dobras, v. 5, n. 12, nov. 2012.

BOURDIEU, P. As condições sociais da circulação internacional das ideias. ENFOQUES – Revista Eletrônica. Rio de Janeiro, v.1, n. 01, p. IV– 117, 2002.

BRAGA-PINTO, C. A Paris de Nestor Vitor e o Mundo de Pascale Casanova. Remate de males, Campinas-SP, (32.1): pp. 117-135, Jan./Jun. 2012.

CASANOVA, P. A República Mundial das Letras. São Paulo: Estação Liberdade, 2002.

CORRÊA, M. C. Tradução e referências culturais. Cadernos de tradução, v. 1, n. 23, 2009.

CUNHA, E. F. Da citação como tradução e crítica na obra de Machado de Assis. ORGANON: Revista do Instituto de Letras da UFRGS, v. 18, n. 37, 2004.

DUGONJIĆ, L., LATOUR, R. R. de. Babel et le marché. Un programme de littérature mondiale à l'épreuve du marché de la traduction. Schweizerische Zeitschrift für Bildungswissenschaften, 36 (2014) 2, S. 195-212.

FEZE, Y-A. Langues et interculturalité dans la littérature d’Afrique francophone. Revue Annales du patrimoine - N° 06 / 2006.

FIGUEIREDO, E. Literatura comparada: o regional, o nacional e o transnacional. Revista Brasileira de Literatura Comparada, n.23, 2013.

FRAISSE, E. L’enseignement de la littérature : un monde à explorer. Revue internationale

d’éducation de Sèvres, n. 61, décembre 2012.

GASPARINI, P. Riscos do português / Riscos do castelhano: a língua portuguesa na poesia do argentino Néstor Perlongher. Ipotesi, Juiz de Fora, v. 9, n. 1, n. 2, pág. 27 - 40, jan/jun, jul/dez 2005.

GRUTMAN, R. Marie-Claire Blais en traduction ou la Weltliteratur en action. Alternative Francophone, vol.1, 3(2010), 1-12.

HALEN, P. Notes pour une topologie institutionelle du système littéraire francophone. IN: DIOP, P. S., LÜSEBRINK, H-J. Mélanges offerts à János Riesz à l’occasion de son soixantième anniversaire. Alemanha: GNV, 2001.

HEILBRON, J., SAPIRO, G. La traduction littéraire, un objet sociologique. Actes de la recherche en sciences sociales, 2002/4 (no 144), p. 3-5.

LINDBERG, Y. Le regard suédois sur les femmes écrivains de la francophonie. Cedergren, M. et Briens, S. (eds.) Médiations interculturelles entre la France et la Suède. Trajectoires et circulations de 1945 à nos jours. Pp. 44–55. Stockholm: Stockholm University Press, 2015.

LOTT, T. H. Ngugi wa Thiong’o: a literatura afroeuropeia e a escritura em gikuyu. RÓNAI: revista de estudos clássicos e tradutórios, Juiz de Fora – 2013, v. 1, n. 2, p. 119-130.

LUIS, R. Compte rendu de Perrot-Corpet (Danielle) & Gauvin (Lise) (dir.), La Nation nommée Roman face aux histoires nationales. COnTEXTES, Notes de lecture, 2017.

MAGRI, I. A biblioteca latino-americana de Roberto Bolaño. Anais do XIII Congresso Internacional da ABRALIC: Internacionalização do Regional, 08 a 12 de julho de 2013 UEPB – Campina Grande, PB.

MARNEFFE, D. de. Le réseau des petites revues littéraires belges, modernistes et d’avant-garde, du début des années 1920 : construction d’un modèle et proposition de schématisation, COnTEXTES, n. 4, 2008.

MARTINS, A. B. O que faz o Brasil na República Mundial das Letras? Revista Letras, Curitiba, n. 91 p. 75-88, JAN ./JUN . 2015.

MEYER, B. de. L’hospitalité dans Le Roi de Kahel de Tierno Monénembo: de la construction identitaire peule à la consécration littéraire parisienne. Tydskrif vir letterkunde • 49 (2) • 2012.

MORESCHI, M. Sociologia demais. Alea: Estudos Neolatinos, vol. 16, no. 2, 2014, p. 277+.

MORETTI, F. Conjeturas sobre a literatura mundial. Novos estudos, n. 58, nov. de 2000.

MUNIZ JR., J. DE S., SZPILBARG, D. Edição e tradução, entre a cultura e a política: Argentina e Brasil na Feira do Livro de Frankfurt. Revista Sociedade e Estado – Volume 31 Número 3 Setembro/Dezembro 2016.

PROVENZANO, F. La consécration par la théorie. COnTEXTES, n. 7, 2010.

ROCHA, W. I. O portunhol e captação de herança nos sonetos salvajes, de Douglas Diegues. Estação literária, Londrina, v. 7, p. 6-14, set. 2011.

SANTOS, P. S. N. dos. Dois escritores e um perfil: Lobivar Matos e José Pereira Lins. Ângulo, 131 - Literatura Comparada v.II, out./dez., 2012. p. 104 – 113.

SAVOIE, C. L’Exposition universelle de Paris (1900) et son influence sur les réseaux des femmes de lettres canadiennes. Études littéraires, 362 (2004): 17–30.

SERRANI, S. Antologia: escrita compilada, discurso e capital simbólico. ALEA, v. 10, n. 2, julho-dezembro 2008, p. 270-287.

STALLAERT, C. ROMANELLI, S. Entrada do Brasil na República mundial das letras. Mediações transatlânticas e diplomacia cultural de Dom Pedro II na elaboração de uma identidade letrada nacional. Nuevo Mundo Mundos Nuevos, Débats, mis en ligne le 18 septembre 2015, consulté le 11 mai 2017.

THIESSE, A-M. Communautés imaginées et littératures. Romantisme, 2009/1 (n° 143), p. 61-68.

TORRES, M-H. C. L´autre traduit ou la littérature française au Brésil. Synergies: Brésil, n° 7, 2009, pp. 91-99.

_______________. Traduction de la littérature française au Brésil : état de la question. Meta, Volume 48, numéro 4, Décembre 2003.

WOLFGANG, A. Entre nationalisme et internationalisme : une conscience européenne des avant-gardes françaises ? Cahiers de l'Association internationale des études francaises, 2002, n°54. pp. 233-250.

Downloads

Publicado

2018-12-21

Como Citar

A República Mundial das Letras, de Pascale Casanova, lida no Brasil e na França: nacionalidade e terminologia. (2018). Opiniães, 13, 50-64. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2018.147502