Stela do Patrocínio: tecendo uma figura cindida de si
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2021.180131Palavras-chave:
Stela do Patrocínio, Falatório, MemóriaResumo
Neste trabalho, buscamos analisar fragmentos do “falatório” de Stela do Patrocínio, narradora de Reino dos bichos e dos animais é o meu nome (2001), discutindo a especificidade do seu modo de abordar os afetos que a atravessavam. Vislumbramos, antes de tudo, apresentar e difundir as palavras, o legado de Stela, uma mulher simultaneamente única e plural. O seu valor recobre a existência de várias mulheres negras que, como ela, findaram “quebrando” mediante a um sistema racista que ceifa a saúde da população negra historicamente. Mesmo em condições insalubres, a sua intelectualidade, notável no olhar crítico que lançava à sociedade e suas instituições, irrompia insurgentemente. Para a feitura do trabalho, partimos do método da colcha de retalhos (hooks, 2019), entrelaçando diversos trechos da obra em foco às considerações de Grada Kilomba (2019), Beatriz Nascimento (1989), Audre Lorde (2019) e bell hooks (2019). Dessa maneira, organizamos este artigo em três partes: em um primeiro momento, apresentamos a autora e o contexto de produção do corpus em análise; na sequência, discutimos sobre a perda e busca da imagem no falatório de Stela do Patrocínio e, por fim, abordamos a relação entre quimeras narrativas (CYRULNIK, 2009) e banzo (NUNES, 2019) no discurso da narradora.
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