A palavra vermelha: diálogo entre Mariana Paiva e Hilda Hilst

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DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2021.181363

Palavras-chave:

Mariana Paiva, Hilda Hilst, Modo confessional, Poesia contemporânea

Resumo

Vermelho-vida, de Mariana Paiva (2018), se constrói em diálogo com a obra de Hilda Hilst. Escrito a partir da residência de Paiva na Casa do Sol ­– onde Hilst viveu e escreveu –, o livro é um misto de diário da vivência, leituras de Hilst e criação própria. Há uma interlocução particularmente estreita com Júbilo, memória, noviciado da paixão (1974), livro em que Hilst emula de maneira cifrada uma paixão clandestina que vivera. Uma epígrafe dessa obra é de Sylvia Plath, poeta associada à poesia confessional. Nessa leitura – baseada nos comentários de Janet Malcolm, W. D. Snodgrass e Diane Middlebrook –, o confessional se baseia menos na inclusão de dados biográficos no poema e mais num jogo que perturba limites entre público e privado. Hilst, embora se diferencie dos confessionais, adota estratégias semelhantes para codificar o biográfico. Em Vermelho-vida, por sua vez, Paiva nos apresenta seu encontro com Hilst, enquanto reflete criticamente sobre a dedução da intimidade. Assim, nossa leitura se debruça sobre esse duplo retrato, simultaneamente pessoal e político, social e íntimo: acompanhamos a jornada de Paiva e Hilst, duas mulheres escritoras, em sua reflexão crítica a respeito do vínculo entre poesia e vida nesse modo lírico moderno.

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Biografia do Autor

  • Julia Côrtes Rodrigues, Universidade de Campinas - Unicamp

    Júlia Côrtes Rodrigues é mestra em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas. Doutoranda na mesma instituição.

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Publicado

2021-07-31

Como Citar

A palavra vermelha: diálogo entre Mariana Paiva e Hilda Hilst. (2021). Opiniães, 18, 245-262. https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2021.181363