"Na raiz das lágrimas”: Cecília Meireles e o Deus encoberto
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2022.194663Palavras-chave:
Cecília Meireles, Poesia, Fenomenologia, Yoga Sutras de Patanjali, Zen BudismoResumo
“Se não houvesse montanhas/ Se não houvesse paredes”, versos iniciais do livro 'Canções', 1956, de Cecília Meireles, evidenciam a percepção dos obstáculos que se encontram no processo de investigação da própria consciência. Este artigo se direciona para uma leitura fenomenológica do livro em questão e faz uma breve análise de outros livros da autora em busca das “formas de Deus” presentes em sua vasta poesia. Partindo de versos que escrevem o reconhecimento e o desconhecimento de si, analisa-se em 'Canções' as imagens que erguem mundos e se dissolvem em espuma, neve, nuvem, bruma ou nada, dando corpo poético ao difícil empenho de caminhar pelos labirintos da própria mente. Esse processo leva ao encontro de um "Deus encoberto". Usa-se como apoio a fenomenologia, tanto conforme os conceitos elaborados por Edmund Husserl quanto e por seus pares no pensamento indiano de tradição sânscrita, como o 'Yoga Sutra' (de Patanjali), e o Zen budismo.
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