Um dossel para o rei: o Barão de Crônica da casa assassinada
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2020.173748Palavras-chave:
Lúcio Cardoso, Modernidade, Colonialidade, Crônica da casa assassinadaResumo
Em Crônica da casa assassinada, a personagem do Barão de Santo Tirso é apresentado como o mais importante cidadão da cidade de Vila Velha, no interior de Minas Gerais, sendo a sua visita o desejo vibrante da família Meneses. Este artigo pretende discutir a construção dessa personagem e os significados que ele movimenta, pela sua ausência e pela sua presença, durante a obra, observando o caráter de representante dos dilemas entre modernidade e colonialidade colocados na sociedade brasileira. Pela escrita de Lúcio Cardoso e a figuração da família do Barão, buscamos apontar os elementos que o colocam como uma sátira à continuidade da hierarquia monárquica e dos valores coloniais ainda vigentes no país.
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