Nina, Ana, a Crônica e A casa assassinada

Autores

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2525-8133.opiniaes.2020.174128

Palavras-chave:

Paulo César Saraceni, A casa assassinada, Lúcio Cardoso, Crônica da casa assassinada, Adaptação literária

Resumo

Este artigo propõe uma breve análise do longa-metragem A casa assassinada (1971), de Paulo César Saraceni. Considerando o filme como obra autônoma e o contexto histórico que o separa do lançamento do romance que lhe serviu de base, Crônica da casa assassinada (1959), de Lúcio Cardoso, pretendemos destacar as personagens femininas Nina e Ana. Atentos à disjunção entre palavra e imagem nessa casa fechada, observaremos a maneira como os trechos das narrativas em primeira pessoa dessas personagens foram selecionados do romance e postos em cena no filme.

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Biografia do Autor

  • Livia Azevedo Lima, Universidade de São Paulo

    Livia Azevedo Lima é editora de livros e pesquisadora. Formada em Produção Editorial pela Universidade Anhembi Morumbi (2010), durante a graduação realizou iniciações científicas e dedicou-se ao estudo de publicações independentes de coletivos de arte (Dulcinéia Catadora) e de arquivos públicos (Fundação Casa de Rui Barbosa - RJ). Trabalhou como assistente editorial e editora plena na Cosac Naify e, entre 2013 e 2015, foi responsável pela coordenação editorial da coleção Cinema Teatro e Modernidade, organizada pelo Prof. Dr. Ismail Xavier, e pelas demais publicações da área de cinema na editora. Foi editora-assistente da revista ZUM, do Instituto Moreira Salles entre 2017 e 2018. Colaborou como preparadora e revisora de texto freelance para Companhia das Letras, Planeta, Globo Livros, Todavia, Editora 34, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Bienal de São Paulo, e para as revistas Serrote e Novos Estudos Cebrap. Atualmente, realiza doutorado direto no Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, na linha de pesquisa História, teoria e crítica. 

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Publicado

2020-12-20

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