Reflexões sobre comunicação organizacional na América Latina: ventos da mudança na gestão da diversidade
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2238-2593.organicom.2021.188608Palavras-chave:
Comunicação organizacional, Estudos culturais, Cultura organizacional, Gestão da diversidade, Diversidade culturalResumo
Este artigo destaca a legitimação dos modelos de gestão eurocêntricos nas organizações latino-americanas e sua influência na cultura e nos processos de comunicação. Observa-se que ainda estão presentes matrizes eurocêntricas que deram origem a profundos paradoxos e contradições na agenda das organizações e limitaram o desenvolvimento de uma identidade latina. Esse cenário tem dificultado a gestão da diversidade nas organizações latino-americanas, uma vez que traços como o machismo e o autoritarismo impedem um espaço de resistência e inclusão social.
Downloads
Referências
AIDAR, Marcelo Marinho; ALVES, Mario Aquino. Comunicação de massa nas organizações brasileiras: explorando o uso da história em quadrinhos, literatura de cordel e outros recursos populares de linguagem nas empresas brasileiras. In: PRESTES MOTTA, Fernando; CALDAS, Miguel Pinto (org.). Cultura organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997. p. 203-220.
ALVES, Mario Aquino; GALEÃO-SILVA, Luís Guilherme. A crítica da gestão da diversidade nas organizações. RAE-Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 44, n. 3, p. 20-29, 2004. doi: https://doi.org/10.1590/S0034-75902004000300003.
COELHO JR., Pedro Jaime de. Diversidade nas organizações: entre a riqueza cultural e a disputa política. In: MOURA, Cláudio Peixoto; FERRARI, Maria Aparecida (org.). Comunicação, interculturalidade e organizações: faces e dimensões da contemporaneidade. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2015. p. 67-95.
COX, Taylor. Cultural diversity in organizations: theory, research, and practice. San Francisco: Berrett-Koehler, 1994.
DÁVILA, Anabella; MARTÍNEZ, Nora. (coord.) Cultura en organizaciones latinas. Ciudad de México: Siglo Veintiuno, 1999.
DEETZ, Stanley. Comunicação organizacional: fundamentos e desafios. In: MARCHIORI, Marlene (org.). Comunicação e organização: reflexões, processos e práticas. São Caetano do Sul: Difusão, 2010. p. 83-101.
FERRARI, Maria Aparecida. Os cenários turbulentos como oportunidade de mudança e de realinhamento de estratégias. In: GRUNIG, James; FERRARI, Maria Aparecida; FRANÇA, Fábio. (org.). Relações públicas: teoria, contexto e relacionamentos. São Caetano do Sul: Difusão, 2011. p. 137-166.
FERRARI, Maria Aparecida; CABRAL, Raquel. Comunicação intercultural e interseccionalidade: breve reflexão sobre as perspectivas e os desafios da diversidade nas organizações. In: FARIAS, Luiz Alberto; LEMOS, Else; REBECHI, Cláudia (org.). Opinião pública, comunicação e organizações: convergências e perspectivas contemporâneas. São Paulo: Abrapcorp, 2020. p. 290-314.
FLEURY, Maria Tereza Leme. Gerenciando a diversidade cultural: experiências de empresas brasileiras. RAE: Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 40, n. 3, p. 18-25, 2000.
FLORES PRIETO, Pamela; POZO, Kelly; CRAWFORD, Livingston. La comunicación en América Latina: un debate pendiente más allá de las resistencias. Signo y Pensamiento, Bogotá, v. 37, n. 72, p. 95-105, 2018. doi: https://doi.org/10.11144/Javeriana.syp37-72.camd.
FOUCAULT, Michel. Vigilar y castigar. Nacimiento de la Prisión. Ciudad de México: Siglo XXI, 1980.
FREITAS, Maria Ester de. Cultura organizacional: formação, tipologias e impactos. São Paulo: Makron McGraw-Hill, 1991.
GAULEJAC, Vincent de. Gestão como doença social: ideologia, poder gerencialista e fragmentação social. São Paulo: Ideias & Letras, 2007.
GONZÁLES-MIRANDA, Diego René. Los estudios organizacionales en Latinoamérica: ¡vuelta al terreno áspero! RAE-Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 60, n. 2, p. 104-119, 2020. doi: https://doi.org/10.1590/S0034-759020200204.
HERRERA, Karina. Luis Ramiro Beltrán: el pensamiento comunicacional propio y emancipador en Latinoamérica rebelde. Revista Internacional de Comunicación y Desarrollo, Santiago de Compostela, n. 3, p. 125-134, 2015. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5315867.pdf. Acesso em: 13 out. 2021.
HOFSTEDE, Geert. Culture’s consequences: comparing values, behaviors, institutions, and organizations across nations. Thousand Oaks: Sage, 2001.
IBARRA-COLADO, Eduardo. Is there any future for critical management studies in Latin America? Moving from epistemic coloniality to ‘trans-discipline’. Organization, Thousand Oaks, v. 15, n. 6, p. 932-935, 2008. doi: https://doi.org/10.1177/1350508408095822.
IBARRA-COLADO, Eduardo. Organization studies and epistemic coloniality in Latin America: thinking otherness from the margins. Organization, Thousand Oaks, v. 13, n. 4, p. 463-488, 2006. doi: https://doi.org/10.1177/1350508406065851.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. De los medios a las mediaciones. Comunicación, cultura y hegemonía. Barcelona: Anthropos, 2010.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Projetos de modernidade na América Latina. In: DOMINGUES, José Maurício; MANEIRO, María (org.). América Latina hoje: conceitos e interpretações. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. p. 19-51.
MIGNOLO, Walter. Delinking: the rhetoric of modernity, the logic of coloniality and the grammar of de-coloniality. Cultural Studies, London, v. 21, n. 2-3, p. 449-514, 2007. doi: https://doi.org/10.1080/09502380601162647.
MIGNOLO, Walter. The darker side of Western modernity: Global futures, decolonial options. Durham: Duke University Press, 2011.
MIGNOLO, Walter. The idea of Latin America. London: Blackwell, 2008.
OGLIASTRI, Enrique. El estilo negociador de los latinoamericanos. Una investigación cualitativa. Revista Latinoamericana de Administración, Bogotá, n. 25, p. 43-58, 2000.
OLIVEIRA, Ivone de Lourdes; PAULA, Maria Aparecida de. O que é comunicação estratégica nas organizações? São Paulo: Paulus, 2007.
PETTIGREW, Andrew. On studying organizational cultures. ASQ, Thousand Oaks, v. 24, n. 4, 1979.
PRESTES MOTTA, Fernando; CALDAS, Miguel Pinto (org.). Cultura organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, Edgardo (org.). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2000. p. 117-142.
RIZO, Marta. La comunicación en, desde y para la cultura. Apuntes para un balance de los Estudios Culturales (en Comunicación) en América Latina: trayectoria, temas y críticas. In: PAULINO, Fernando Oliveira; KAPLÚN, Gabriel; MARIÑO, Miguel Vicente; CUSTODIO, Leonardo. Tradiciones de investigación en diálogo – estudios sobre comunicación en América Latina y Europa. Ramada: Media XXI, 2020. p. 161-188.
SARAIVA, Luiz Alex Silva; IRIGARAY, Hélio Arthur dos Reis. Políticas de diversidade nas organizações: uma questão de discurso? RAE-Revista de Administração Empresas, São Paulo, v. 49, n. 3, p. 337-348, 2009.
SENNETT, Richard. La corrosión del carácter. Las consecuencias personales del trabajo en el nuevo capitalismo. Barcelona: Anagrama, 2000.
SOUSA SANTOS, Boaventura. De la mano de Alicia. Lo social y lo político en la postmodernidad. Bogotá: Siglo del Hombre; Ediciones Uniandes, 1998.
SZLECHTER, Diego; SOLARTE PAZOS, Leonardo; TEIXEIRA, Juliana Cristina; FEREGRINO, Jorge; ISLA MADARIAGA, Pablo; ALCADIPANI, Rafael. Estudios organizacionales en América Latina: hacia una agenda de investigación. RAE-Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 60, n. 2, p. 84-92, 2020. doi: https://doi.org/10.1590/s0034-759020200202.
TANURE, Betania. Gestão à Brasileira. 2. ed. São Paulo, Brasil: Atlas, 2005.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Maria Aparecida Ferrari
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
A submissão implica a cessão de direitos da primeira publicação à revista Organicom, sem pagamento. Os autores podem estabelecer por separado acordos adicionais para a distribuição não exclusiva de versão da obra publicada na revista (como colocar em um repositório institucional ou publicar um livro), com o devido reconhecimento de sua publicação inicial na revista Organicom.