Mulheres podem ser representantes políticas no Brasil? Gênero, raça e classe na participação e representação política

Autores

  • Nailah Neves Veleci Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2238-2593.organicom.2022.205768

Palavras-chave:

Feminismo, Interseccionalidade, Representação política , Racismo, Participação política

Resumo

Neste artigo apresentamos brevemente o histórico do direito ao voto feminino pela perspectiva da interseccionalidade, com o objetivo de pontuar como esse direito chegou de formas diferentes para as mulheres a partir de questões de raça, etnia e classe. Abordaremos também os capitais políticos e o comportamento eleitoral para discutir os obstáculos históricos, sociais e institucionais para a participação e representação política feminina no Brasil.

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Biografia do Autor

  • Nailah Neves Veleci, Universidade de Brasília

    Doutoranda de Sociologia pela Universidade de Brasília (UnB), na linha de pesquisa Feminismo, Relações de Gênero e Raça. Mestre em Direitos Humanos e Cidadania pela UnB. Especialista em Gestão Pública pela Universidade Estadual de Goiás (UEG). Bacharel em Ciência Política pela UnB. Pesquisadora do Núcleo de Estudos em Cultura Jurídica e Atlântico Negro (Maré). Diretora de pesquisa da organização não governamental Elas no Poder. Articuladora do Mulheres Negras Decidem. Embaixadora da Juventude do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

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Publicado

2023-03-15

Como Citar

VELECI, Nailah Neves. Mulheres podem ser representantes políticas no Brasil? Gênero, raça e classe na participação e representação política. Organicom, São Paulo, Brasil, v. 19, n. 40, p. 74–89, 2023. DOI: 10.11606/issn.2238-2593.organicom.2022.205768. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/organicom/article/view/205768.. Acesso em: 16 abr. 2024.