O sequestro de carbono em trechos da floresta urbana de Belo Horizonte: por um sistema de espaços livres mais eficiente no provimento de serviços ecossistêmicos urbanos

Autores

  • Rubens Amaral Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Arquitetura e Urbanismo. Belo Horizonte, MG.
  • Stael de Alvarenga Pereira Costa Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Arquitetura e Urbanismo. Belo Horizonte, MG.
  • Maria Rita Scotti Muzzi Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Ciências Biológicas. Belo Horizonte, MG.

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i39p163-179

Palavras-chave:

Floresta urbana. Sequestro de carbono. Serviços ecossistêmicos urbanos. Morfologia urbana. Ecologia da restauração. Paisagens urbanas.

Resumo

Este artigo objetiva estudar o papel das florestas urbanas na provisão de serviços ecossistêmicos urbanos por meio da análise do sequestro de carbono em áreas diferenciadas, no sistema de espaços livres da cidade de Belo Horizonte, procurando ofertar indicadores de qualidade de serviços ambientais e subsidiar a proposição de diretrizes paisagísticas direcionadas à sua implantação ou melhoria. Pela interpretação e aplicação de princípios e métodos relacionados ao estudo da paisagem – em especial aqueles das escolas da morfologia urbana e da ecologia da restauração –, foi possível a escolha para estudo de caso dos seguintes trechos de floresta urbana: o Parque Municipal das Mangabeiras, a praça Raul Soares e o Parque Municipal Américo Renê Giannetti. Nessas áreas estimou-se a biomassa vegetal  e do solo, assim como a concentração de substâncias húmicas e de isótopos estáveis de carbono e nitrogênio do solo. Os resultados obtidos foram analisados criticamente em relação aos processos morfológicos e à concepção e tratamento paisagístico de cada área. Com base nisso, delinearam-se diretrizes paisagísticas orientadas para a introdução e melhoria da prestação de serviços ecossistêmicos urbanos em trechos diferenciados de floresta urbana.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Referências

ALVEY, A. A. Promoting and preserving biodiversity in the urban forest. Urban Forestry & Urban Greening, v. 5, 2006, p. 195-200.

AREVALO, L. A.; ALEGRE, J. C.; VILCAHUAMAN, L. J. M. Metodologia para estimar o estoque de carbono em diferentes sistemas de uso da terra. Colombo: Embrapa Florestas, 2002. Disponível em: http://www.reciclecarbono.com.br/biblio/metod_embrapa.pdf. Acesso em: 4 fev. 2014.

ARAÚJO FILHO, J. C. Floresta estacional semidecidual. 2014. Disponível em: http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/territorio_mata_sul_pernambucana/arvore/CONT000gt7eon7l02wx7ha087apz2x2zjco4.html. Acesso em: 10 dez. 2014.

BALÉE, W. Cultura na vegetação da Amazônia brasileira. In: NEVES, W (Org.). Biologia e ecologia humana na Amazônia: avaliação e perspectivas e ecologia humana na Amazônia. Belém: Sociologias, 1989, p. 95-109.

BARRETO, A. Belo Horizonte: memória histórica e descritiva. História Média. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1995.

BELO HORIZONTE. Lei nº 10.231, de 20 de julho de 2011. Dispõe sobre a circunscrição das Regiões Administrativas do Município. Diário Oficial do Município, Ano XVII - Edição N.: 3871, 20 de julho de 2011.

BONAM, G. Ecological climatology: concepts and applications. Cambridge: Cambridge University Press, 2008.

CARVALHO, E. T. Geologia urbana para todos: uma visão sobre Belo Horizonte. Belo Horizonte: Universidade Federal de Belo Horizonte, 2001.

COLORADO Plateau Stable Isotope Laboratory. Isotopes. 2014. Disponível em: http://www.isotope.nau.edu/isotope.html. Acesso em: 27 set. 2014.

COMPANHIA Vale do Rio Doce. Parque municipal: crônica de um século. Belo Horizonte: Companhia Vale do Rio Doce, 1992.

CONZEN, M. R. G. As paisagens urbanas históricas na Inglaterra: um problema de geografia aplicada. The urban landscape: historical development and management. Papers by M. R. Conzen. 1966.

CONZEN, M. R. G. The study of urban form in the United States. Urban Morphology: Journal of the International Seminar on Urban Form. Birmingham, v. 5, 20001, p. 3-14.

DABIN B.: Study of extraction of humic sol organic matter. Science du Sol, 1: 47-63. 1971.

FARAH, I. Arquitetura paisagística no período entre 1976 e 1985. In: FARAH, I.; SCHLEE, M. B.; TARDIN, R (Orgs.). Arquitetura paisagística contemporânea no Brasil. São Paulo: Senac, 2010, p. 77-117.

FERREIRA, M. G. O sítio e a formação da paisagem urbana: um estudo do município de Belo Horizonte. 1997. 183 f. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1998.

FORMAN, R. T. T.; GODRON, M. Landscape ecology. New York: John Wiley & Sons, 1986.

FUNDAÇÃO João Pinheiro. Panorama de Belo Horizonte: atlas histórico. Belo Horizonte: FJP, 1997. (Coleção Centenário).

GILL, S. E. et al. Adapting cities for climate change: the role of the green infrastructures. Built Environment, v. 33, 2007, p. 115-133. Disponível em: http://www.fs.fed.us/ccrc/topics/urban-forests/docs/Gill_Adapting_Cities.pdf. Acesso em: 19 jun. 2013.

HOBBS, R. J. Ecological management and restoration: assessment, setting goals and measuring success. Ecological Management & Restoration, v. 4, 2003, p. S2-S3.

HOPKINS, M. I. W. Vegetation as a component of urban form. Urban Morphology: Journal of the International Seminar on Urban Form, Birmingham, v. 17, 2013 p. 57-59.

LABORATÓRIO DA PAISAGEM. Os elementos tipo-morfológicos das bordas metropolitanas de Belo Horizonte. Belo Horizonte: Núcleo de Pesquisa em Desenho Ambiental – EA/UFMG, 2013. (Relatório de pesquisa APQ – 02459-99).

LAL, R. Soil carbon sequestration impacts on global climate change and food security. Science, New York, v. 304, 2004, p. 1.623-1.627.

LOPES, M. B. et al. A cidade, seus habitantes e a serra: breves notas sobre a história do Parque das Mangabeiras (1960-2010). 2011. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/11.130/3798. Acesso em: 12 dez. 2014.

LOVELL, S. T.; TAYLOR, J. R. Supplying urban ecosystem services through multifunctional green infrastructure in the united states. Landscape Ecology in Review, Illinois, v. 28, 2013, p. 1.447-1.463.

MACEDO, S. S.; SAKATA, F. G. Parques urbanos no Brasil. São Paulo: Edusp, 2002.

MACEDO, S. S.; SAKATA, F. G. et al. Considerações preliminares sobre o sistema de espaços livres e a constituição da esfera pública no Brasil. In: ANDRADE, R.; SCHLEE, M. B.; TÂNGARI, V. R (Orgs.). Sistema de espaços livres: o cotidiano, apropriações e ausências. Rio de Janeiro: FAU-UFRJ, 2009, p. 60-83.

MACIEL, M. C. O projeto em arquitetura paisagística: praças e parques públicos em Belo Horizonte. 1998. 255 f. Tese (Doutorado) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.

McNEIL, J.; VAVA, C. Oakville's urban forest: our solution to our pollution. Oakville, 2006.

NOWAK, D. J. Institutionalizing urban forestry as a "biotechnology" to improve environmental quality. Urban Forestry & Urban Greening, Syracuse, v. 5, 2006, p. 93-100.

NOWAK, D. J; CRANE, D. E. Carbon storage and sequestration by urban trees in the USA. Environmental Pollution, Syracuse, v. 116, 2002, pp. 381-389.

PELLEGRINO, P. R. M. Pode-se mudar a paisagem? Paisagem e Ambiente: ensaios. São Paulo: FAUUSP, 2000, p. 158-180.

PEREIRA COSTA, S. A.; MACIEL, M. C. Fringe belts in planned cities – do they exist in such context? In: SIXTEENTH INTERNATIONAL SEMINAR NO URBAN FORM, 2009, Guangzou: South China University of Technology, 2009a, p. 53.

PLAMBEL. Planejamento da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O processo de formação do espaço urbano da RMBH. Belo Horizonte: PLAMBEL, 1977.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PBH). Parque Municipal das Mangabeiras. 2014. Disponível em: https://prefeitura.pbh.gov.br/fundacao-de-parques-e-zoobotanica/informacoes/parques/parque-das-mangabeiras. Acesso em: 27 jan. 2015.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PBH). Praça Raul Soares, um centro geográfico de valor arquitetônico e cultural. 2014. Disponível em: http://portalpbh.pbh.gov.br/pbh/ecp/noticia.do?evento=portlet&pAc=not&idConteudo=104504&pIdPlc=&app=salanoticias. Acesso em: 27 jan. 2015.

PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE (PBH). Regiões Administrativas de Belo Horizonte. 2014. Disponível em: http://gestaocompartilhada.pbh.gov.br/mapas-e-estatisticas/mapas-estaticos?term_node_tid_depth=All&area=682&field_formato_tid=All. Acesso em: 27 jan. 2015.

PRODABEL. Base georreferenciada da Regional Administrativa Centro Sul. Arquivos do setor de atendimento. Belo Horizonte, dez/2014. 1 CD-ROM.

RIBEIRO, J. F.; WALTER, B. M. T. Tipos de vegetação do bioma cerrado. 2014.

RMBH. Plano metropolitano: macrozoneamento. RMBH, 2014.

ROBBA, F.; MACEDO, S. S. Praças brasileiras. São Paulo: Edusp, 2002.

RONQUIN, C. C. Conceitos de fertilidade do solo e manejo adequado para regiões tropicais. EMBRAPA, 2010.

SÁ CARNEIRO, A. R. A produção paisagística brasileira entre 1930 e 1976. In: FARAH, I.; SCHLEE, M. B.; TARDIN, R (Orgs.). Arquitetura paisagística contemporânea no Brasil. São Paulo: Senac, 2010, p. 77-117.

SCHWAB, J. Planning the urban forest: ecology, economy and community development. 2009. Disponível em: http://na.fs.fed.us/urban/planning_uf_apa.pdf. Acesso em: 19 set. 2014.

SEGAWA, H. Arquitetura paisagística até 1930. In: FARAH, I.; SCHLEE, M. B.; TARDIN, R (Orgs.). Arquitetura paisagística contemporânea no Brasil. São Paulo: Senac, 2010, p. 35-48.

TREVISAN, S. et al. Humic substances biological activity at the plant-soi interface: from environmental aspects to molecular factors. Plant Signaling & Behavior, v. 5, 2010, p. 635-643.

WALSH, A. J. Potential urban forest carbon sequestration and storage capacities in burnside industrial park, Nova Scotia. Minneapolis: Dovetail Partners Inc., 2012.

WHITEHAND, J. W. R. Morfologia urbana britânica: a tradição conzeniana, 2013.

WICK, A. F.; INGRAM, L. J.; STAHL, P. D. Agregate and organic matter dynamics in reclaimed soils as indicated by stable carbon isotopes. Soil Biology & Biochemistry, v. 41, 2010, p. 201-209.

WALKLEY, A.; BLACK L. A. An examination of the Dgtjareff method for determining soil organic matter, and a proposed modification of the chromic acid titration method. Soil Science, v 37, 1934, 29-38.

WERNER, R. A.; BRAND, W. A. Referencing strategies and techniques in stable isotope ratio analysis. Rapid Communications in Mass Spectrometry, v. 15, 2001, p. 501-519.

WU, J. Toward a landscape ecology of cities: beyond building, trees and urban forests. In: CARREIRA, M. M.; GONG, Y.; WU, J (Orgs.). Ecology, planning and management of urban forests: international perspective. Louisville: Springer, 2008, p. 10-28.

Publicado

2017-10-20

Edição

Seção

Ambiente

Como Citar

O sequestro de carbono em trechos da floresta urbana de Belo Horizonte: por um sistema de espaços livres mais eficiente no provimento de serviços ecossistêmicos urbanos. (2017). Paisagem E Ambiente, 39, 163-179. https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i39p163-179