Antropologia do lugar na Villa Grimaldi: espaço público e pluralidade de simbolismos na paisagem urbana chilena
DOI:
https://doi.org/10.11606/issn.2359-5361.v0i39p183-198Palavras-chave:
Santiago do Chile. Villa Grimaldi. Espaços Públicos. Lugar.Resumo
A Villa Grimaldi, localizada na Região Metropolitana de Santiago do Chile, constitui-se numa área de aproximadamente 10.200 m², que durante boa parte do século XX serviu de local de encontro de artistas e intelectuais, onde se promoviam debates sobre as mais diversas áreas da cultura chilena e mundial. Posteriormente ao Golpe Militar de 1973, esse espaço abrigou o maior centro de detenção e tortura do regime militar chileno. Após anos de abandono, no período da concertación democrática foi inaugurado no local o parque por la Paz Villa Grimaldi, que em 2004 foi declarado Monumento Nacional. Esse espaço público se constitui de praça e memorial de visitação, com o intuito de denunciar o período em que esteve sob a égide dos militares e homenagear aqueles que resistiram ao regime ditatorial. Este artigo relaciona, a partir dos paradoxais usos desse lugar, a conformação paisagística e os significados real e simbólico desse espaço coletivo e sua integração no tecido urbano em cada um dos períodos históricos investigados. Utilizou-se a metodologia de pesquisa qualitativa, bibliográfica e documental, baseada em vasto material colhido na cidade de Santiago nos anos de 2014 e 2015. Por meio dos aportes teóricos de autores como Marc Augé, Lineu Castello e Norberg-Schulz, busca-se estabelecer o sentido dialógico do espaço público, em seus diferentes espectros de uso, e sentidos paisagístico e urbanístico na consolidação da sua inserção (ou não) na cidade.Downloads
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