As diferentes correntes epistemológicas e suas implicações para a pesquisa em educação ambiental

Autores

  • Maria Eduarda Vaz Moniz dos Santos Universidade de Lisboa; Faculdade de Ciências; Centro de Investigação em Educação

DOI:

https://doi.org/10.11606/issn.2177-580X.v2i1p67-94

Palavras-chave:

Educação Ambiental, Cidadania Ambiental, Pesquisa, Epistemologia

Resumo

Este artigo pretende reflectir o interesse por questões epistemológicas e cívicas e por suas implicações na pesquisa em educação. Apresenta diferentes bases político-epistemológicas para a pesquisa na área da educação ambiental (EA). Enfatiza a sua importância para a cultura científica e para a cidadania ambiental. Admite que o contributo da EA para novas formas de cidadania de cariz ambiental não se pode limitar a tratar questões de conhecimento, embora não as possa ignorar. Supõe que a actual falta de confiança epistemológica na ciência moderna nos obriga a pensar novas dimensões da epistemologia; quando estamos a iniciar uma época de crítica, mais ou menos radical, à modernidade e quando já podemos divisar os contornos de uma nova ordem - a da 'pós-modernidade" - há que ter em atenção não apenas o "ethos" da ciência moderna, mas também o da tecnociência ou ciência pós-moderna. Assim, os propósitos deste artigo são: questionar uma pesquisa em EA radicada numa epistemologia da ciência que "esquece" que nem todos os factores condicionantes dos procedimentos científicos são interiores ao trabalho científico; mostrar imperativos socioambientais que nos forçam a pensar numa nova epistemologia; debater razões para a actual falta de confiança epistemológica na ciência moderna; repensar e reavaliar trânsitos e conexões entre critérios epistemológicos que legitimam diferentes formas de cidadania, de ciência e de educação ambiental; romper com o paradigma positivista em que se tem apoiado a ciência e a cidadania modernas; enfrentar uma reavaliação da relação ciência/cidadãos; comparar a construção de racionalidades técnicas com a de racionalidades ambientais, que contrariam o "cisma" cognitivo ciência-cidadãos; e questionar o valor e o papel da reconfiguração da matriz social e tecnológica da ciência - uma dimensão, eticamente ambivalente, que constrói e destrói o mundo.

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Publicado

2007-06-01

Edição

Seção

nd1006209377